sexta-feira, maio 3, 2024
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Bolsonarismo veio para ficar no Brasil

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Aroldo M.G. Haygert

Pode ser que Lula até saia vitorioso no segundo turno. É possibilidade. Não são favas contadas por petistas e associados.

O certo é que Jair Bolsonaro inaugura uma nova era de populismo, algo tão forte como o getulismo (ou queremismo) que hipnotizou a nação dos anos 1930 até o começo dos 1950, persistindo até hoje, com um toque de low profile. Nessa reação de populistas não se pode excluir Juscelino e seus sonhos, o dos “50 anos em cinco”…

O que intriga é que nem  os institutos de primeira linha, foram capazes de detectar a maré bolsonarista nas proporções a que chegou. Mas o capitão já insistia na falibilidade dos institutos.

O Bolsonarismo está instalado, independente de o presidente vir a continuar ou não no Planalto. O capitão, mestre em mesmerizar massas, foi duramente combatido por oposições ao seu governo nada ortodoxo, ao longo de quatro anos. Driblou  todas as cascas de banana que foram lhe aparecendo, algumas delas, diga-se, a bem da verdade,  resultantes de mensagens populistas carregadas de até estranhos  simbolismos.

O mais forte deles, seu conservadorismo bordado por forte expressão religiosa cristã, isso independente de falas e gestos de Jair que, eventualmente, estiveram contra a “ética do Evangelho”. Em uma campanha de palavrões.

Afinal, Jair Bolsonaro, em sua tática sobre o fenômeno religioso, insiste em se apresentar como católico. Assim, seu envolvimento com o mundo pentecostal teria outro olhar, uma perspectiva de alguém que não aceita o “Roma Locuta”. Mas não deixa oficialmente a barca de Pedro. Afinal o mundio católico tem apreciável manancial de votos como o do movimento Canção Nova e o Catolicismo pentecostal (isso mesmo).

Mas a CNBB, a Conferência dos Bispos do Brasil, não ficou quieta quando a agilidade do bolsonarismo “criou” um indivíduo que se denomina padre, o Kelmon, que é um mistério. Para mim, uma das melhores jogadas de Lula, para contrapor-se ao religioso Bolsonaro é acentuar  história e assinalar todos os primeiros passos do PT com personalidades notáveis, como Dom Cláudio Humes, ex-arcebispo de São Paulo, frei Beto e outros.

Em Jair, o conservadorismo religioso se mesclou com pregações de alguns de seus gurus, como o pastor Silas Malafaia, seu pastor e guia, constante presença ao lado de Jair e suas ideias. Malafaia seria apenas “um bom pastor”, para muitos bolsonaristas. Para outros, ele vai cumprindo o “dever” de semear em terra fértil para o campeonato religioso instalado no país, alimentado por estatísticas que  mostram o neopentecostalismo como realidade definitivamente entronizado na vida nacional.

A nação indica aceitar esse consórcio entre a vida pública e o conservadorismo de costumes.E dá guarida, ao mesmo tempo,  a uma realidade da qual Lula e seus companheiros se ufanam: proclamam-se puros, acima de quaisquer argumentos, artífices que teriam sido – dizem – de anos dourados do Brasil sob a bandeira do PT…

Tomar os anos 1930 a 50, marcados pelo getulismo, como exemplo de entronização de um populismo de direita, é  um exercício necessário para compreender a História passada, pedagogia para entender o que vem por aí, pois Bolsonaro emplacou  à vontade quase todos seus apoiados. Um deles, o general Hamilton Mourão, é um dos fortes exemplos que essa bandeira está hasteada.

E o endeusado Sergio Moro, ladino como só ele, há semanas havia aderido a Bolsonaro. Colheu os frutos dessa adesão ao outrora chefe e outrora opositor. Afinal, o ex juiz pode ser ruim de discurso e dono de “lógica rudimentar”, como querem seus desafetos. Mas que Moro sabe ler certos sinais do tempos, ninguém duvide.

Aroldo M.G. Haygert é jornalista político paranaense

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