sexta-feira, abril 26, 2024
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Curitiba vive na idade da pedra no transporte coletivo

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* José Carlos Chicarelli

A URBS e o prefeito Rafael Greca recentemente afirmaram em vários veículos de comunicação da cidade que no período de seis meses serão implantados em todos ônibus validadores, com biometria facial, bilhete temporal com a utilização de cartão de transporte, e acabaria com os terminais tipo cercadinhos em Curitiba.

Também anunciou outras formas de pagamentos da tarifa do transporte público: através da aproximação de aparelhos celulares e utilizando cartões de débito e crédito.

Seria o início da modernidade no transporte coletivo de Curitiba, comentaram empolgados o prefeito, o presidente da URBS e também, o presidente do sindicato patronal que representa os empresários, donos das empresas de ônibus.

Greca fala em modernização do transporte público com atraso, outras cidades do Brasil já implantaram sistemas de pagamentos com celulares, cartão de débito  e crédito, inclusive com bilhetes “QR code” e reconhecimento facial.

Curitiba está atrasado com relação a outros centros, em pelo menos 26 anos.

O bilhete único já está disponível em várias capitais do Brasil e na cidade de São Paulo, o temporal, está funcionando desde 1994, isso mesmo, em Sampa foi implantado no século passado e na época o prefeito da nossa cidade era o mesmo de hoje.

Fatos que nos fazem entender que Curitiba deixou há anos de ser referência no transporte e tem copiado outras cidades, como São Paulo, Rio Janeiro; Fortaleza e São Bernardo do Campo.

Hoje o transporte público está em decadência, perdendo usuários para os aplicativos, com a passagem sendo uma das caras das capitais e o atraso tecnológico.

Para tentar conter o descontentamento da população, a URBS, em ano eleitoral, começa a prometer algo que deveria ter lançado no século XX, não no XXI.

A Urbs, ao lado dos empresários das concessionárias, fez de tudo para inviabilizar e desestimular mudanças no transporte coletivo, de repente, não mais do que de repente, quer passar para o cidadão curitibano a ideia de que é protagonista de incríveis mudanças e antenada com a chamada idade da informação.

Para as novas gerações a Urbs está na idade da pedra.

O prefeito fez um movimento audacioso às vésperas das eleições e será cobrado em seis meses, caso a promessa fique, para variar, no papel e não implante em Curitiba esse processo de modernização em todos ônibus.

Tudo leva a crer que a conta será paga pelo passageiro, com aumento da passagem acima da inflação e do subsídio público.

A única coisa que sei é que a mudança não está sendo realizada como forma de baratear o sistema e garantir ao cidadão uma passagem mais justa.

Em outubro temos eleição e tenho esperança que o próximo prefeito eleito realmente pense no usuário e revolucione o transporte público curitibano, sem onerar a passagem e começe a exigir dos empresários investimentos em tecnologia, qualidade e conforto nos ônibus.

Mas isso só vai acontecer se houver concorrência, do contrário, tudo irá continuar do mesmo jeito, penalizando o lado mais fraco.

* José Carlos Chicarelli é ex-vereador e participou da CPI da Urbs/Transporte Coletivo,

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5 COMENTÁRIOS

  1. A relação entre políticos e empresários do transporte coletivo é complicado e o TC deixa passar sem problema há décadas.

  2. Ótima análise
    O coluio dos empresários dos ônibus e URBS e interesses financeiros dificultaram modernização tecnológica no Transporte coletivo

  3. Enquanto as empresas de ônibus são beneficiadas com asfaltos bons nas linhas expressos, nas principais vias de Curitiba, é um lixo. No início da Silva Jardim o pavimento está ondulado desde a gestão de Gustavo Fruet e o Greca não fez nada.

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