spot_img
sábado, dezembro 21, 2024
spot_img
spot_img
spot_img
InícioGeralReligiões perdem doadores, mas novas comunidades são ricas

Religiões perdem doadores, mas novas comunidades são ricas

spot_img
spot_img

O jornalista político Aroldo Murá informa que um amplo e bem fundamentado estudo sobre religiões foi apresentado na semana passada pelo jornal Folha de São Paulo, tratando da fidelidade dos crentes – católicos, evangélicos, espíritas – às suas greis.

No geral, a conclusão é de que os católicos investem pouco no culto romano no Brasil, enquanto os evangélicos – afora aqueles  denominados de desigrejados – são fieis ao dízimo ou meras ofertas às suas comunidades de fé. Esse pouco investimento, tem muitas explicações.

O que ocorre, e o estudo talvez não tenha sido bem claro quanto a isso -,  é que, com o passar dos anos, e com a perda substantiva de fieis católicos, na Igreja de Roma as ofertas foram achando outras  formas de se acomodarem.  E é verdade que a  simples entrega de uma oferta, durante a missa, foi sendo alcançada pela inflação, perdendo exponencialidade.

Para o padre WJK, que pede anonimato, um expert em finanças no mundo católico brasileiro, o que teria ocorrido “é fácil de explicar”. Assim, com o surgimento das chamadas “novas comunidades” – de aliança e vida, assim denominadas-,  as doações cresceram muito em relação à mera entrega de ofertas (ou “esmolas”) nos templos. São muitas e fortes as novas comunidades que carreiam valores  “difíceis  de estimar”, diz o mesmo padre.

Ele cita entre as instituições que foram tornando raquíticas as ofertas à Igreja, o caso da Evangelizar, do padre Reginaldo Manzotti, uma azeitada instituição arrecadadora, graças ao prestígio do sacerdote, e às habilidades de um sobrinho, “tesoureiro celeste”, como o apelidaram membros do grupo curitibano com alcance nacional. Andariam em R$20 milhões/mês as entradas de ofertas nos cofres de Manzotti, estima um ex-padre que o conheceu há anos, quando então era  um desconhecido, no Norte do Paraná.

As novas comunidades estão fortes, arrecadam por boleto, cartão de crédito, desconto em conta corrente. Neste caso, o padre analista WJK, cita em bom som os Milites da Imaculada, potente rede de rádio e televisão, com diversas obras sociais e espirituais em todo no Brasil.

A Evangelizar “deve faturar milhões de reais mês”, observa o padre analista, citando, para reforço, “a exibição às claras de tanto poder, como edifícios novos, modernos, inteligentes, que mantém em Curitiba com centenas de funcionários. O padre, que não é de ferro, garante cachês aos sacerdotes que fazem o elenco de sua emissora. E vive em paz com o Arcebispado, ao qual deve destinar significativas entregas financeiras.

Se o caso da Evangelizar e outras comunidades “é um mistério não revelado no seu todo”, há outras comunidades novas que são basicamente ricas, mantidas por um universo de católicos que – “em muitos casos”, diz o padre WJK – acomodam suas consciências com as doações mensais em multiplataforma. Agora, também usam o PIX.

Fique claro que ricas novas comunidades, como a de João Clá, os Arautos do Evangelho, e a Shalom (as duas com reconhecimento pontifício) lideram a lista  do “dinheiro desviado das paróquias” para sua ações. Como também  são notáveis a Canção Nova, de Cachoeira Paulista, e até uma especializada em viagens de turismo religioso, a Obra de Maria.

Assim, o dinheiro de Pedro para a Igreja ganhou, no Brasil, novos caminhos.

Modernizado na forma de arrecadar, “andando com o século”, diz uma fonte da Evangelizar, para quem “há até possibilidade de o padre Reginaldo Manzotti aceitar as muitas propostas de investir em bitcoins.

Assunto em estudos.

Notícias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img
spot_img
spot_img
spot_img

Notícias Recentes

- Advertisment -