O candidato do Partido dos Trabalhadores ao governo do Paraná, o ex-governador Roberto Requião é conhecido pelo destempero, agressividade e descontrole emocional. Está sempre com as mãos cheias de pedras, pronto para atacar adversários e jornalistas, muitas vezes de forma desleal e sem escrúpulos.
Essa semana, mais uma vez, Requeião foi ao Twitter vociferar. Dessa vez, contra a compra de remédios para tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) por parte das Forças Armadas. O episódio ganhou repercussão nacional pois o princípio ativo desses remédios é o mesmo usado pílulas para combater disfunção erétil.
Mas o que mais chama atenção é ver o ex-governador apontar o dedo para os outros e não olhar para seu próprio umbigo.
O caso envolvendo as Forças Armadas é infinitamente inferior às gastanças que Requião promovia no Estado para bancar suas próprias mordomias. E isso, o ex-governador esconde de seus seguidores nas redes sociais.
O estilo de vida luxuoso, a predileção por comidas exóticas e restaurantes caríssimos e todas as regalias da velha política bancada pelo dinheiro dos cidadãos é algo que Roberto Requião sempre tentou manter em sigilo.
Quando governou o Estado, levava uma vida de luxo bancada pelo cidadão pagador de impostos, o exemplo é uso da Granja Canguiri e os cavalos de raça. E esse é um passado que Requião morre de medo que seja ressuscitado.
As mordomias chegaram a ser investigadas pela Promotoria do Patrimônio Público, na época. Descobriu-se que arroz, feijão e carne, o prato típico da maioria dos brasileiros, não atendia o paladar exigente do ex-governador.
Durante a investigação, vieram à tona jantares em restaurantes luxuosos, em Brasília e São Paulo. Em Balneário Camboriú, por exemplo, foi revelado que Roberto Requião frequentava uma requintada casa especializada em lagosta. Essa farra gastronômica era toda bancada com dinheiro público.
Mas não era só da boa mesa que vivia Requião. Também foi acusado pelo uso irregular de aeronaves do governo para viajar com a família, inclusive para destinos internacionais, como Estados Unidos. Nestes voos, o ex-governador não abria mão de um bom serviço de bordo.
A ostentação de Requião era tanta que chegou a ser tema de uma reportagem da Revista Época. Em uma viagem a Nova Iorque, levou uma comitiva de 18 pessoas, entre esposa e assessores. Durante nove dias, teve apenas uma agenda oficial nos Estados Unidos.
Questionado pelo fato de ter levado a esposa na viagem internacional, disse que ela estava nos Estados Unidos na condição de presidente do Museu Oscar Niemeyer. ”Ela está aqui para ver se leva alguma exposição para o Paraná”, justificou sem convencer ninguém.
As contradições entre vida pública e privada sempre marcaram a carreira política de Roberto Requião. De um lado, diz estar preocupado com os menos favorecidos, mas quando assumiu o governo o Paraná se preocupou única e exclusivamente com o bem-estar da família, como revelou uma investigação do jornal Folha de São Paulo sobre nepotismo, em 2003.
“Mulher, cunhada, três irmãos, dois sobrinhos e dois primos. São pelo menos nove os parentes do governador do Paraná, Roberto Requião, nomeados para a administração direta ou no comando de órgãos públicos importantes”.
Após deixar o governo do Paraná e se eleger senador, passou a acumular a pensão de ex-governador com o salário de congressista. Em 2016, recebia R$ 64,2 mil, valor ilegal perante o que determina a Constituição Federal.
Questionado por que não abria mão da pensão de ex-governador para ajudar as finanças do seu estado, o Paraná, Requião agrediu um repórter em Brasília.
Roberto Requião só deixou de receber a pensão de ex-governador quando o atual governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) encaminhou projeto à Assembleia Legislativa acabando com essa “aposentadoria vitalícia” que velhos políticos paranaenses se beneficiaram ao longo de suas carreiras, sugando os cofres do Paraná.
Portanto, é dever de todo paranaense saber que entre o que Roberto Requião fala e faz há uma enorme diferença.
Roberto Requião precisa tomar cuidado ao apontar o dedo para os outros, o passado que ele tenta esconder pode bater a porta quando menos esperar.
Lagosta para eles, quirera para nós. Esta é a esquerda que se Deus quiser nos veremos livres na próxima eleição.