domingo, maio 5, 2024
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InícioPolítica NacionalA hora é dos “especialistas” em igrejas evangélicas

A hora é dos “especialistas” em igrejas evangélicas

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O jornalista político Aroldo Murá informa que neste momento, histórico, o “must” é o mundo político paparicar o universo evangélico, de variedades teológicas e administrativas que não permitem com que se enxergue a área como algo unitário. Aliás, a característica maior dos evangélicos é a multiplicação de igrejas, o que também ocorre em países como os Estados Unidos. E de lutas intestinais, por vezes.

Alguma semelhança existe hoje – é só recorrer à história – com a grande marcha dos norte- americanos para abraçar o catolicismo. Foi logo depois da Segunda Guerra, com os mosteiros católicos iam até recusando vocações, tal o número de candidatos à vida contemplativa.

Hoje, parece ter-se tornado um bom negócio ser “especialista em evangélicos”. É gente que se improvisa, quase sempre sem uma boa visão de antropologia religiosa. Na verdade, a maioria está muito mais para o mercado político do que as coisas do Evangelho.

Quem consolidou esse sinal do chamado “voto crente” foi Jair Bolsonaro, que se apoiou em denominações pentecostais e neopentecostais para ganhar a eleição de 2018. E que tem no segmento seu mais forte baluarte para este ano. Os protestantes históricos rendem poucos votos ao atual presidente, o que não significa que estejam com Lula.

Com a impressionante posição de Lula nas pesquisas de intenção de votos – sempre liderando-as, com folga – vão surgindo os conselheiros e supostos experts do universo evangélico para “vender” ao petista e a seus aliados, algum tipo de assessoria.

Assim, o novo conselheiro de Lula nesse terreno é um pastor de nome Paulo Marcello, amigo do pastor Marcos Feliciano (um amigo dileto de Bolsonaro). O moço pediu 20 minutos para conversar com Lula, semana passada. Acabou falando por duas horas e meia.

Paulo Marcello tem uma ficha não exatamente limpa: foi acusado de transportar drogas ilícitas e portar armas sem licença devida. Ele se diz inocente.

Marcello deve estar jurando a Lula ter muita influência num meio notoriamente dividido. Nessa caminhada, em busca do tempo perdido, Lula e o PT apostam muitas fichas. Devem começar por discernir diferenças que existem dentro do maior conglomerado religioso pentecostal do país, a Assembleia de Deus. Até para entender que o bispo Ferreira, do Ministério Madureira, com quem Lula tirou retratos meses atrás em encontro fraterno, tem muita bronca da Assembleia Convenção Brasileira (Ministério Belém). Entre eles e o pastor Malafaia, da AD Vitória em Cristo, há muitos ruídos…

Sou dos que acreditam ainda no poder de os religiosos conduzirem votos no Brasil. Da mesma forma, lamento que no calor dessa “onda pentecostal”, os especialistas não tenham lido anda obras seminais, com os estudos de Pierucci, Beatriz de Souza, Juliano Spyer, Cartaxo, Scarrana, Rafael Gioia Martins, Camargo… E, especialmente, o livro “Fire from Heaven” do teólogo Harvey Cox, a primeira grande autoridade no universo evangélico as colocar seu olhar de antropólogo no crescimento dos “batizados no Espírito”.

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