quinta-feira, maio 2, 2024
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Graciosa compra área verde de preservação, de olho no potencial construtivo

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O jornalista político Aroldo Murá informa que o Diário Oficial do Município mostra uma curiosa venda de imóvel da Cohab-CT para o Graciosa Country Club. Um terreno de quase 10 mil metros quadrados na CIC, cujo valor era avaliado pelo município em R$ 1.803.750,00, acaba de ser arrematado pelo clube por R$ 1.624.000,00. O deságio de perto de 10% do valor venal mostra uma estranha queda de preço em um momento de ascensão dos valores de imóveis em toda Curitiba.

O edital da licitação desse terreno tem como justificativa venda para capitalização do fundo habitacional da Cohab, gerenciada por José Lupion Neto, sócio do Graciosa. O imóvel na CIC, na rua Romeu Bacelar, 205, está sobre uma área de preservação ambiental. O que torna ainda mais estranho o interesse do Graciosa em um terreno, onde pouco pode ser edificado.

POTENCIAL CONSTRUTIVO

Mas o corpo técnico da Cohab aponta o possível interesse do clube por um terreno na CIC. Como o imóvel está em uma área de preservação ambiental, existe a possibilidade do Graciosa solicitar potencial construtivo, podendo tornar a região em Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal, cuja cota de potencial tem como valor R$ 639. O imóvel de quase 10 mil metros quadrados pode gerar cerca de mil a 1.200 cotas, permitindo a captação de recursos entre R$ 639 mil a quase R$ 800 mil. Um bom negócio para o Graciosa. E esse dinheiro viria num bom momento para o Clube.

Há menos de um ano, o clube comprou mais um terreno na Avenida Munhoz da Rocha, número 1328, pagando cerca de R$ 2 milhões. A nova área, que fica na zona residencial 3 (ZR3), ajudaria ampliar a parte edificável do Graciosa. Mas o imóvel tem limitação de edificação, por causa da legislação, o que pode ser mudado pelo uso do potencial construtivo. Dá para entender, assim, o interesse pelo imóvel da CIC?

Essa triangulação de interesses é vista pela oposição de Greca como uma alteração de relacionamento entre a Prefeitura e o Graciosa. Em outubro de 2019, o clube chegou a ameaçar a suspensão do título de de Rafael Valdomiro Greca de Macedo, por causa de seu assessor Lucas Navarro de Souza. O jovem, preferido assessor do prefeito, frequentava a sauna sem autorização da administração do clube. O fato gerou uma revolta entre os sócios, mas nenhuma penalização foi dada ao prefeito ou a Lucas. Um dos mais exaltados contestadores das “franquias absurdas” que havia sido dada a Lucas Navarro de Souza, foi o advogado Paulo Denchuck, que foi diretor da Graciosa.

 RETALIAÇÃO PREVISTA

Por um tempo, clube e o prefeito ficaram às turras. Na época, o município retaliou o Graciosa, com demoras em atender pedidos feitos pelo clube. Atualmente, esse tratamento mudou. Greca agora determinou que tratem o clube a pão de ló. No mínimo. Com essa medida, diz-se no clube e na Prefeitura na rádio corredor, “Greca quer tornar Lucas mais palatável aos sócios do Graciosa, tão rigorosos na análise de admissão de novos sócios”. O prefeito, ainda segundo fontes de seu Gabinete, “ sonha em ter Lucas tomando café com empresários, políticos e os donos do dinheiro do Paraná”.

TODO PODER A LUCAS

Greca quer que Lucas passe a ter reuniões com essa gente classificada como “A-A”, no restaurante do Graciosa, distante dos olhos de seus inimigos e dos servidores da Prefeitura. A ideia é que Lucas pode fazer igual a Greca, o prefeito muitas vezes visto tomando café e jantando com poderosos, como os donos do transporte coletivo. Nada mal para Greca, neto de um italiano, humilde calceteiro, homem acostumado ao trabalho rude, pesado… No entanto, o maior desafio de Lucas será se tornar sócio. Afinal para algumas famílias tradicionais do Graciosa seria difícil deglutir um jovem da periferia, até pouco tempo um ‘carregador de casaco’, passando à classificação de “socialite” de destaque da alta roda do Paraná.

RODOLFO, O “DOMADOR”

Dizem argutos ouvidos, em murmúrios captados por dona Matilde, que o alcaide teria confiado a um dos seus diletos amigos – e amigo da velha senhora, Aranha Marrom, 78 anos -, o arquiteto Rodolfo Doubek, um cavalheiro na acepção da palavra, o trabalho de “domar” o jovem assessor. Até considerá-lo “apto” para vôos ao lado da alta burguesia curitibana…

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