domingo, abril 28, 2024
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InícioGeralRemédio acaba e pacientes são amarrados para intubação em UPAs de Curitiba

Remédio acaba e pacientes são amarrados para intubação em UPAs de Curitiba

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Rosiane Correia de Freitas reporta no portal Plural que o estoque de neurobloqueadores utilizados no processo de intubação de pacientes acabou em algumas UPAs de Curitiba neste fim de semana. A situação exigiu que médicos e enfermeiras amarrassem pacientes nas macas para impedir que eles se movimentassem intubados. O Plural apurou que os medicamentos em falta são atracúrio, cisatracúrio e rocurônio usados após a intubação para manter o paciente imóvel.

A reportagem conversou com profissionais das UPAs Campo Comprido e Boa Vista que estiveram presentes no atendimento a pacientes nesta situação. Todos eram pacientes covid-19 graves com ventilação mecânica invasiva e foram intubados na UPA. Um dos pacientes atendidos chegou a se sentar na cama após a intubação, uma situação de risco enquanto intubado.

Fotos e vídeos da situação dos pacientes foram encaminhadas a reportagem, mas não serão publicadas para preservar a identidade das fontes e dos pacientes (confira abaixo o detalhe de uma imagem, mostrando a amarração de um paciente a maca). No entanto, as imagens mostram pessoas desacordadas, intubadas e amarradas ao leito. Um dos pacientes, um homem jovem aparece no vídeo claramente se movimentando.

Os neurobloqueadores são usados em pacientes intubados para promover o relaxamento da musculatura, reduzindo o risco de danos as cordas vocais e demais estruturas das vias aéreas. Quando o paciente se movimenta há também o risco de redução da eficácia da ventilação, resultando na redução de seu índice de oxigenação em pacientes Covid-19.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), “desde de 2020 há uma escassez no mercado dos medicamentos neurobloqueadores (usados para evitar movimentos involuntários do paciente intubado), como o fármaco de uso hospitalar Rocurônio. Portanto, há necessidade de uso racional por todos os serviços de saúde, inclusive UTIs hospitalares”.

A secretaria afirma que “não há falta de sedativos usados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba para procedimento de intubação”. De fato, os profissionais ouvidos pelo Plural afirmaram terem usado sedativos nos pacientes atendidos, uma vez que a intubação exige que o paciente esteja desacordado, mas os neurobloqueadores, que são outra classe de medicamente, servem a outro propósito: o de impedir movimentos involuntários.

A SMS também afirmou que a contenção mecânica de pacientes “conduta clínica usada em hospitais para evitar a extubação pelo próprio paciente quando está em processo de recuperação da consciência” e que “não há inconsistência clínica na técnica usada”. Informados sobre a resposta, os profissionais que conversaram com o Plural reafirmaram que os pacientes atendidos sem neurobloqueadores não estavam em processo de recuperação de consciência e sim haviam sido intubados durante o domingo e deveriam permanecer em coma induzido.

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