O articulista político Aroldo Murá informa que por muito menos do que isso – o caso dos radares em Curitiba, com contratação de empresa sob suspeita – o ex-presidente Collor perdeu a Presidência. O “rolo” dele foi ter aceitado uma Fiat Alba, como “regalito” e não ter explicado direito obras na chamada Casa da Dinda. Pois o prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo – e o entourage que o cerca, onde quem manda é uma engenheira, na Setran, particularmente -,está com um macro problema pela frente. Coisa de R$ milhões além de a possibilidade de ter de enfrentar um incontornável problema político e jurídico, envolvendo, no mínimo, má gesto pública. Com prejuízos para o erário. Tudo por conta dos radares e sua fabricante, a Perkons, que os explora.
Os nossos também estariam com as mesmas “falhas”, inadmissíveis, como os de Belo Horizonte? Entenda: a empresa daqui é a mesma que forneceu e explora os radares de Belo Horizonte, cuja Prefeitura teve de desligar 11 aparelhos por mau funcionamento; e que agora se defronta com a ameaça de processo por parte de motoristas que pagaram multas milionárias (R$ milhões), em função da incúria da operadora do sistema de vigilância do trânsito da cidade.
Motoristas que não tendo pago multas ainda, também se acham prejudicados moralmente, por terem sido expostos como faltosos, quebradores da lei. – Tudo se encaminha para termos em Curitiba um destino similar, disse hoje, 8, ao site/coluna uma fonte do MP-PR que admite como “absolutamente veraz o noticiário do jornal O Estado de Minas dando conta do imbróglio”.
Essa fonte acredita que o TC-PR e o Inmetro também estejam investigando todo os procedimentos que levaram Curitiba a contratar os radares atuais, bem assim como estejam examinando a melindrosa situação que se passa em Belo Horizonte nessa área. A fonte lembra que há “o perigo” de milhares de motoristas curitibanos, expostos como faltosos, no DO, por supostamente terem infringido as leis do trânsito, “também ajuizarem ações por danos morais”. O equipamento sobre suspeita é montado no Brasil, com boa parte de suas peças procedentes da China.
DA AUSÊNCIA DE AFERIÇÃO
Esse problema em Belo Horizonte pode trazer suspeitas sobre a autodeclaração da empresa que seus radares estão aferidos. Atualmente o INMETRO tem aceitado uma autodeclaração da PERKONS como prova de aferição dos radares, isto é mais ou menos como dar a chave do galinheiro para as raposas. O grande problema desta declaração é que atualmente os radares não são mais aferidos pelo Órgão, expondo em risco potencial à fiscalização. Será que o INMETRO irá fiscalizar essa denúncia? E o Ministério Público? Essa empresa é antiga contratada da Prefeitura de Rafael Greca de Macedo, e tem muitos amigos na administração municipal.
DENÚNCIAS DE OUTRAS IRREGULARIDADES
Os contratos de Rafael Greca de Macedo encontram-se sob investigação pelo Ministério Público e já foram objeto de vários questionamentos pelos órgãos de controle. Segundo noticiamos anteriormente, houve até um processo administrativo para apurar uma suposta fraude de documentos juntados pela empresa na licitação 472/2019 capitaneada pela Secretaria de Trânsito. Não se tem notícia das conclusões desta apuração e o processo vem sendo tratado com o maior sigilo, o que causa grande estranheza. Qual a conclusão da Comissão?
“AJUSTE TÉCNICO”
Leia, a seguir, o noticiário de O Estado de Minas de 5 de outubro (terça-feira):
A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) afirmou, nesta terça-feira (5/10), que suspendeu a operação de 11 radares de controle de velocidade após alguns equipamentos apresentarem “desajustes técnicos”. O motorista que tiver recebido alguma notificação por infração de excesso de velocidade em um desses equipamentos a partir de 23 de junho não receberá multa.