A passagem do poeta, compositor e cantor João Gilberto Tatára, aos 73 anos, ontem, 21 de abril, deixa uma lacuna na cultura curitibana, com o underground perdendo um dos principais representantes da poesia marginal, forjada na mesa de bar, aos goles de cerveja e de um ritmo intenso, resultado do clima gelado nas gargantas e da insistência ranhenta na forja do pensamento filosófico da terra da garoa.
A música foi a forma encontrada para Tatára difundir seus poemas diferentes e incompreendidos pela geração florescida pelos ideais de Fidel Castro e não na revolução dos anos 60.
Os anos 70, graças ao Teatro Universitário de Curitiba e a amizade com o fenomenal Cabelo (Romano Nunes), fizeram de Tatára um dos principais representantes da cultura paz e amor ou bicho grilo, como muitos preferiram apontar nas rodas de conversas.
Tatára vai encontrar no céu o amigo Cabelo, mas deixou um legado de seis livros e dois álbuns que não podem ser ignorados, onde a palavra e a música encontraram uma sonoridade diferente, lapidando outros representantes da poesia local, com Thadeu Wojciechowski, Sérgio Viralobos, Marcos Prado, Edilson Del Grossi, Ivan Justen, Edson Vulcanis, entre outros.
Grande Tatára
Deixou um legado para a poesia curitibana