quarta-feira, dezembro 11, 2024
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Palácio Iguaçu guarda segredos do modernismo

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Com seus 70 anos de história, comemorados oficialmente no dia 19 de dezembro, o Palácio Iguaçu não é apenas um marco da arquitetura modernista brasileira, mas também um verdadeiro museu.

Por dentro, o edifício revela uma riqueza cultural composta por mais de 500 obras de arte, privilegiando principalmente artistas paranaenses. Além disso, o Interior do Palácio foi decorado com a assinatura do arquiteto e decorador Júlio de Almeida Senna, considerado um dos profissionais mais influentes do mundo no século XX.

Conhecido por seu estilo clássico, Senna trouxe uma harmonia entre o modernismo do edifício e a ornamentação interna, mesclando móveis imponentes e detalhes que remetem à grandiosidade do poder governamental.

Segundo o historiador e membro do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, Aimoré Índio do Brasil Arantes, pelas características internas, o Palácio Iguaçu tem status de museu. “Mais do que servir como sede do governo, hoje o Palácio Iguaçu é um espaço museal, abrigando obras de destacados artistas paranaenses e brasileiros”, afirma.

Palácio Iguaçu (Foto: Jonathan Campos/ AEN)

Autor do livro “Palácio do Iguaçu: Coragem de Realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto”, Jair Elias dos Santos Júnior conta que o decorador Júlio Senna, após receber a missão de Munhoz da Rocha Netto, viajou até a Europa – com recursos próprios – para buscar referências para o Palácio Iguaçu. “O piso em madeira do Salão Nobre, por exemplo, foi inspirado no Palácio de Versailles, na França. E a escadaria em espiral, de um Palácio na Itália”, detalha.

Apesar de Júlio ter sido o responsável pelo projeto decorativo, ele contou com a forte influência de Flora Camargo Munhoz da Rocha, esposa do governador Bento Munhoz da Rocha Neto e filha do ex-governador Affonso Camargo, que governou o Paraná entre 1916 e 1920. “Flora tinha essa preocupação de transformar o Palácio em um local aconchegante, que contasse a história do Paraná”, explica o historiador Paulo Colaço.

“Ela realmente tinha muita personalidade, opinava sem hesitar, e na decoração do Palácio não foi diferente. Flora colaborou ativamente, dizia o que não gostava e assim foi feito”, relembra sua nora, Gilda Marise Munhoz da Rocha.

ESPAÇOS – Ao adentrar o Palácio Iguaçu, o visitante é recebido pelo imponente Salão Monumental, com pé-direito equivalente a um prédio de dois andares, piso de mármore e um painel de arenito esculpido por Humberto Cozzo em 1953. O painel, que vai do chão ao teto, retrata os ciclos econômicos da história do Paraná, desde o período colonial até o ciclo da erva-mate.

No segundo andar, o Palácio abriga o Salão Nobre, reservado para recepções de embaixadores, chefes de Estado e cerimônias solenes da governadoria, como as promovidas recentemente pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) com empresários, merendeiras e líderes religiosos. Outro ambiente importante é o Salão de Inverno, projetado para recitais, reuniões informais e eventos festivos.

Já o Salão dos Governadores possui uma função mais administrativa, sendo o espaço de reuniões de gestão. Suas paredes exibem uma galeria de retratos pintados a óleo, retratando cronologicamente todos os governadores do Paraná. Outros dois grandes salões completam o Palácio: o Petit, destinado a almoços e jantares com personalidades importantes que visitam o Palácio, e o Salão de Atos, palco de grandes eventos governamentais, como lançamentos de programas e projetos.

A sala mais recente do Palácio é o Gabinete de Gestão e Informações (GGI), com alta tecnologia, onde o governador e os secretários conseguem se reunir inclusive de maneira virtual com autoridades.

“Do ponto de vista moderno, o Palácio Iguaçu é uma obra de arte. Ele trouxe para o Estado as características da arquitetura moderna, com amplos espaços, grandes vãos, fachada envidraçada e muitas obras de arte que compõem a arquitetura de forma integrada”, avalia o arquiteto e membro do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, Fernando Lobo.

O Palácio Iguaçu abriga um acervo artístico diversificado, com mais de 500 obras. Entre os destaques estão artistas paranaenses como Theodoro De Bona, autor do famoso painel que retrata a instalação da Província do Paraná, com um personagem que encara o visitante de qualquer lugar da sala; Poty Lazzarotto, com obras tanto na parte externa quanto no interior do prédio; e Alfredo Andersen, considerado o pai da pintura paranaense, entre outros.

Uma tela de Andersen, inclusive, fica no gabinete do governador. Trata-se da obra “A Queimada – lavadeiras”, considerada por muitos um exemplo do Movimento Paranista, que buscou exaltar a identidade do Estado a partir da emancipação política. “Andersen pinta uma típica cena paranaense”, explica o historiador Jair Elias dos Santos Júnior.

“O Palácio Iguaçu é especial porque, dentro dele, encontra-se a história do Paraná. Todas as obras retratam o cotidiano do Estado. É uma verdadeira galeria de arte”, celebra o historiador Paulo Colaço.

Mesmo as obras que não são assinadas por paranaenses contam, de algum modo, a história do Estado. Um exemplo é a tela “Cataratas do Iguaçu”, pintada em 1920 pelo artista carioca Antônio Parreiras, que visitou o local e pintou de memória, enviando a obra final de Paris ao Palácio.

“Todas as obras de arte presentes no Palácio Iguaçu são cuidadosamente curadas pela equipe técnica do Museu Oscar Niemeyer”, explica a servidora estadual responsável pela visita guiada ao Palácio, Regina Emilia Greca. “E elas são de todos os paranaenses”.

OBRAS – O Palácio Iguaçu abriga um acervo artístico diversificado, com mais de 500 obras. Entre os destaques estão artistas paranaenses como Theodoro De Bona, autor do famoso painel que retrata a instalação da Província do Paraná, com um personagem que encara o visitante de qualquer lugar da sala; Poty Lazzarotto, com obras tanto na parte externa quanto no interior do prédio; e Alfredo Andersen, considerado o pai da pintura paranaense, entre outros.

Uma tela de Andersen, inclusive, fica no gabinete do governador. Trata-se da obra “A Queimada – lavadeiras”, considerada por muitos um exemplo do Movimento Paranista, que buscou exaltar a identidade do Estado a partir da emancipação política. “Andersen pinta uma típica cena paranaense”, explica o historiador Jair Elias dos Santos Júnior.

“O Palácio Iguaçu é especial porque, dentro dele, encontra-se a história do Paraná. Todas as obras retratam o cotidiano do Estado. É uma verdadeira galeria de arte”, celebra o historiador Paulo Colaço.

Mesmo as obras que não são assinadas por paranaenses contam, de algum modo, a história do Estado. Um exemplo é a tela “Cataratas do Iguaçu”, pintada em 1920 pelo artista carioca Antônio Parreiras, que visitou o local e pintou de memória, enviando a obra final de Paris ao Palácio.

“Todas as obras de arte presentes no Palácio Iguaçu são cuidadosamente curadas pela equipe técnica do Museu Oscar Niemeyer”, explica a servidora estadual responsável pela visita guiada ao Palácio, Regina Emilia Greca. “E elas são de todos os paranaenses”.

ARQUITETURA – Um dos destaques internos do Palácio é a grandiosa escadaria em caracol, localizada no Salão Monumental, que dá acesso aos pisos superiores. Seu design impressiona pela estética e funcionalidade, sendo considerada uma das mais belas obras arquitetônicas do edifício. E ela causou certos receios antes da instalação.

“O grande medo era que a escada, que ‘flutua no ar’, não suportasse o peso. Um dia após o banquete de inauguração, o Palácio foi aberto ao público, e uma multidão tomou as escadarias. Bento [Munhoz da Rocha] dizia: ‘Se aguentou agora, vai aguentar sempre’”, diz Gilda Munhoz da Rocha.

O arquiteto Fernando Lobo explica que o projeto da escadaria só foi possível graças a uma técnica inovadora na década de 1950. “A linguagem arquitetônica moderna trouxe novas técnicas, como o uso do concreto armado, que permitiu a criação plástica da escadaria em caracol sem nenhum apoio”, detalha.

O Palácio Iguaçu também abriga a Capela de Nossa Senhora do Rocio, decorada com simplicidade e elegância, conforme solicitação de Flora Camargo Munhoz da Rocha. Inclusive, foi ela quem solicitou diretamente ao Vaticano a consagração de Nossa Senhora do Rocio como padroeira do Paraná.

Foi nessa capela que o Papa João Paulo II se preparou, em julho de 1980, para celebrar uma missa que reuniu mais de 700 mil pessoas em frente ao Palácio Iguaçu, marcando a história religiosa e cultural do Paraná.

TOUR NO PALÁCIO

Para agendar uma visita guiada ao Palácio Iguaçu, basta entrar em contato pelo telefone (41) 3350-2983 ou enviar um e-mail para gika@casamilitar.pr.gov.br. São atendidos grupos de até 20 pessoas de segunda a sexta-feira, em horário comercial.

Para quem preferir, há também a opção de visita virtual ao Palácio, que pode ser conferida AQUI.

ESPECIAL EM VÍDEO – Para celebrar os 70 anos do Palácio Iguaçu, a Agência Estadual de Notícias produziu o especial “Palácio Iguaçu 70 anos”, cujo primeiro texto retratou a imponência da obra. Os episódios estão disponíveis no YouTube do Governo do Paraná e será transmitido na programação da TV Paraná Turismo no canal 9.1 UHF, na TV aberta de Curitiba e Região Metropolitana, e no canal 509 da Claro/NET. O sinal também alcança todo o Brasil pelo canal 236 da Banda Ku, canal 66 da SKY TVRO e pela frequência 3985 no Star One D2, além de outras operadoras de TV a cabo.

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