*Isabela Lustosa
A disparidade na distribuição do fundo eleitoral entre candidatas mulheres em nosso país é um reflexo evidente das desigualdades que ainda assolam a renovação política. Enquanto algumas mulheres recebem vultosos R$ 500 mil para as campanhas, outras têm que se contentar com meros R$ 5 mil. Essa diferença abissal desafia o conceito de democracia e fere profundamente o ideal de igualdade de oportunidades.
Como podemos esperar uma competição justa se o ponto de partida é tão desigual?
É imperativo que nós, mulheres, façamos uma política diferente da que os homens historicamente conduzem. Devemos promover uma política inclusiva, baseada em valores como a justiça e a equidade. No entanto, para que isso aconteça, a separação dos recursos financeiros precisa ser igual para todas. A atual distribuição desigual perpetua privilégios e impede que mulheres de diferentes realidades possam competir de maneira justa.
Esse sistema, que deveria servir como um alicerce para a representatividade feminina, tem, na verdade, perpetuado as estruturas de poder estabelecidas. Se queremos uma política verdadeiramente transformadora e inclusiva, é necessário um sistema de financiamento eleitoral que trate todas as mulheres de forma igual. Isso significa garantir que candidatas de diferentes contextos e trajetórias tenham os mesmos recursos para desenvolver suas campanhas, viabilizando a renovação política com novas ideias e soluções.
Em pleno século 21, é inadmissível que o fundo eleitoral continue sendo um privilégio de poucas. A justa distribuição dos recursos é o primeiro passo para garantirmos uma disputa democrática de verdade, onde a política não seja apenas um jogo de elites, mas uma ferramenta de transformação e empoderamento.
Chegou a hora de nós, mulheres, lutarmos por uma política que nos inclua de maneira igualitária, que reflita a pluralidade e diversidade do nosso país. Não podemos aceitar que mulheres que compactuam com a velha política continuem sufocando nossas vozes. A justiça eleitoral deve estar a serviço de todas as mulheres, e não de uma minoria privilegiada
O Vote Nelas Paraná, como um movimento suprapartidário, fundado e liderado por mulheres de forma independente e colaborativa, não compactua com a aceitação de que algumas ‘candidatas’ recebam recursos do sistema que permite a distribuição desproporcional de recursos entre as candidatas.
Acreditamos que essa prática mina os princípios de igualdade e justiça que devem nortear a política.
Para fortalecer a nossa democracia, é fundamental que a estrutura do fundo eleitoral seja revisada, garantindo uma distribuição justa e coerente para todas as candidatas que colocam seus nomes à disposição em prol de uma política mais inclusiva e representativa.
Isabela Lustosa é embaixadora do Vote Nelas Paraná (@vote.nelas.parana) Contribua com o nosso movimento doando para Sponsor Fiscal: Instituto Sincronicidade para a Interação Social – ISPIS – 04.845.365/0001-78 (pix)
As dinastias de familias de político não abrem mão
de colocar seus geniais filhos e filhas e sobrinhos e sobrinhas
para continuar no poder.
Agora uma curiosidade: Qual o percentual de mulheres que votam?
Por que mulher não vota em mulher?