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segunda-feira, dezembro 30, 2024
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Focos de incêndio alteram a qualidade do ar no Paraná

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Os recentes focos de incêndio no Brasil têm afetado a qualidade do ar no Paraná, embora os níveis de poluição ainda estejam dentro dos padrões aceitáveis devido a diversas ações coordenadas pela equipe de Gerenciamento da Qualidade do Ar do Instituto Água e Terra (IAT). Esse setor, em expansão, atualmente monitora dados de 11 estações espalhadas pelo Estado.

Desde sexta-feira (16), quando houve um aumento significativo nos focos de incêndio, observou-se uma elevação nos níveis de partículas no ar. Em Curitiba, por exemplo, as Partículas Inaláveis (MP10) chegaram a 106,42 μg/m³ e as Partículas Respiráveis (MP2,5) atingiram 57,83 μg/m³. Antes das queimadas, a média diária para MP10 variava entre 10,3 μg/m³ e 52,38 μg/m³, enquanto para MP2,5 os valores ficavam entre 3,31 μg/m³ e 24,67 μg/m³.

Apesar do aumento nos níveis de poluição, os valores ainda estão dentro dos limites estabelecidos pelo Índice de Qualidade do Ar (IQA) conforme a Resolução Conama nº 491/18. Para MP10, o limite aceitável é de até 120 μg/m³, e para MP2,5, até 60 μg/m³. No entanto, o IAT mantém vigilância contínua e está preparado para tomar medidas caso os índices se tornem críticos.

João Carlos de Oliveira, agente de execução e membro da equipe de Gerenciamento da Qualidade do Ar do IAT, destacou que o Paraná tem um histórico robusto de monitoramento da qualidade do ar, o que facilita a detecção de mudanças anormais como as provocadas pelas queimadas. Ele também mencionou que a previsão de chuvas para o fim de semana deve ajudar a melhorar a qualidade do ar, pois a precipitação remove partículas da atmosfera.

As estações do IAT coletam dados sobre vários poluentes, incluindo Partículas Totais em Suspensão (PTS), Dióxido de Enxofre (SO2), Monóxido de Carbono (CO), Ozônio (O3) e Dióxido de Nitrogênio (NO2). Atualmente, existem 11 estações em operação, localizadas em áreas com alta concentração de poluentes, como regiões industriais e com grande fluxo de veículos, em cidades como Curitiba, Cascavel, Araucária, Paranaguá, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e São Mateus do Sul.

O IAT planeja expandir sua rede de monitoramento com um investimento de R$ 8,9 milhões para implementar sete novas estações em cidades como Colombo, União da Vitória, Francisco Beltrão, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Maringá e Londrina. Além disso, sete estações existentes serão atualizadas para melhorar a precisão na medição de poluentes, especialmente das Partículas Respiráveis, que são relevantes para os padrões da Organização Mundial de Saúde devido ao seu impacto na saúde pública.

Essas novas estações permitirão uma cobertura mais abrangente e um monitoramento mais preciso, possibilitando que a equipe do IAT responda rapidamente a situações críticas. Os dados são continuamente coletados e analisados no Sistema de Gestão Ambiental (SGA) do IAT, orientando ações como alertas à população e campanhas educativas.

Em nível nacional, o monitoramento da qualidade do ar pode ser acompanhado pelo público através da plataforma MonitorAr, desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente. Esse sistema oferece dados atualizados em tempo real para 12 estados do Brasil, permitindo a aplicação de filtros por localização.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar está associada a um aumento nos casos de doenças respiratórias e cardiovasculares, impactando especialmente grupos vulneráveis como crianças, idosos e pessoas com doenças preexistentes. Além dos impactos diretos na saúde, a poluição também gera custos adicionais em tratamentos e internações, além de danos estruturais causados por fenômenos como chuvas ácidas.

O Ministério do Meio Ambiente enfatiza a importância da gestão da qualidade do ar para garantir que o desenvolvimento ocorra de maneira sustentável e segura. Para isso, são necessárias medidas de prevenção e controle das emissões de poluentes, uma prática que o Paraná adota há mais de quatro décadas.

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