O prefeito de Curitiba é um avião quando se trata para aprovar repasses para a concessionária de transporte coletivo, mas quando a preocupação é o destino de 484 crianças, Rafael Greca simplesmente senta na cadeira do Palácio 29 de Março, fica admirando a cor das pinturas nas paredes, a frescura que vem da Praça Nossa Senhora do Salete, pensando qual vai ser a boa do final de semana, o cardápio e o vinho e se esquece do papel dele como administrador.
Enquanto ele devaneia e não está nem aí para a vida de 484 curitibinhas, a Fundação de Ação Social (FAS) age da mesma maneira, mas senta na mesa para ouvir as ponderações da Promotoria da Infância e Juventude, do Ministério Público do Paraná pela demora da renovação do contrato com as 15 instituições que abrigam 85% das crianças sob a guarda do município (a FAS é responsável pelos outros 15%).
O contrato entre Curittiba e as instituições encerrou em setembro do ano passado, foi estendido por mais seis meses, e até agora, dois meses antes de ecabar, a FAS e a Prefeitura só enrolam para um novo contrato e nada acontece.
Caso a renovação não aconteça os 484 curitibinhas podem retornar para a tutela da Prefeitura de Curitiba, sem estrutura para dar um teto a eles.