quinta-feira, maio 2, 2024
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IPPUC parou de planejar e fica com direção interina prolongada

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O articulista político Aroldo Murá explica que Rafael Greca nunca suportou as louvações – corretas – aos grandes urbanistas da cidade, por isso, sumiu da página do IPPUC o substantivo discurso que Jaime Lerner fez em 2015, em que citava nomes dos urbanistas que o ajudaram a tornar Curitiba referência mundo a fora. O que, claro, não incluiu o autoproclamado engenheiro-urbanista. Pois ele não atuou na grande intervenção urbana e nas ações que seguiram.

É nítida a estagnação e falta de inovação urbanística da Cidade de Curitiba e isto se deve à desvalorização do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). O Órgão já foi referência no planejamento da cidade no Brasil e no exterior, contudo hoje não tem a mesma importância, principalmente na Gestão Rafael Valdomiro Greca de Macedo.

O prefeito Rafael sequer nomeou um presidente integral ao IPPUC, cabendo essa tarefa ao secretário de Governo, Luiz Fernando de Souza Jamur, o qual detém uma agenda política massacrante, pouco tempo sobrando para acompanhar os andamentos de projetos do IPPUC. Não se critica o esforço de Jamur e sim a omissão de Greca, o qual não  admite que seus antigos pares urbanistas tenham ideias inovadoras, apagando toda a referência de criatividade que algum momento surgiu naquele instituto.

Diz, dona Matilde da Luz,  a valorosa funcionária pública, que “Greca tem ciúmes dos urbanistas, até porque gostaria de ter sido como eles, que tiveram papel fundamental na revolução urbana feita por Jaime Lerner. Isso embora o alcaide se autointitule “engenheiro urbanista”,  título que sequer cita curso universitário  que o promoveu à categoria de grandes mestres, como Rafael Dely, Ficinski, Ceneviva. Lerner.

Greca tem personalidade difícil, acha que todas as soluções devem ser de sua autoria, e os profissionais do IPPUC não podem ser titularizados, prestigiados ou incentivados, sob pena de terem a orelha puxada, “pois o chefe vaidoso não admite concorrência”, garante uma veterana funcionária do IPPUC…

O resultado do excesso de trabalho da presidência e a ausência de reconhecimento dos trabalhos realizados pelos servidores do IPPUC, refletem o desânimo e a falta de qualidade em projetos desenvolvidos pelo instituto, segundo observação de um vereador.

Pode-se dizer que todos os projetos desenvolvidos (nos dias de Greca como prefeito) no IPPUC  foram marcados por problemas que redundaram em atrasos de obras ou incompatibilidades técnicas; alguns são notórios, como a trincheira da Av. Mário Tourinho e a linha Verde Norte, esta última não acabará no prazo anunciado pelo prefeito.

Dizem que o IPPUC na verdade não produz mais nada e ”virou um departamento de contratação de projetos terceirizados”, como observa um funcionário do Instituto, pedindo “absoluto anonimato”.

PLANEJAMENTO VIÁRIO?

Percebe-se que o planejamento viário da cidade passou para as mãos da Setran, que determina as mudanças de velocidade desrespeitando todo o planejamento realizado pelo IPPUC em gestões anteriores. E que sempre foram muito valiosos e deram certo, atendendo às necessidades da cidade. Greca não quer um presidente full time no IPPUC e teme colocar alguém de personalidade firme  que questione os gastos com as perfumarias as quais o prefeito tanto gosta.

Vale recordar as palavras de Jaime Lerner em homenagem aos ex-presidentes do IPPUC em 2 de Dezembro de 2015, cuja  página em que constava, no site do IPPUC, foi apagada. Mas o registro foi guardado. Na ocasião Lerner lembrou de três pessoas que foram fundamentais para o planejamento de Curitiba: Fanchette Garfunkell Rischbieter, uma das pioneiras do planejamento urbano; Jorge Wilheim, o arquiteto que fez o Plano Preliminar de Urbanismo em 1965; e Rafael Dely, também arquiteto e ex-presidente do Ippuc.

Jaime Lerner no ato fez a seguinte afirmação:

“Sem o Ippuc, Curitiba teria sido uma cidade apagada, sem brilho, comum. O Plano Diretor e todo o trabalho do Ippuc foram fundamentais para transformar nossa cidade numa referência mundial”,  (Jaime Lerner 02/12/2015.)

Estiveram no evento ainda renomados presidentes do IPPUC que prestaram grandes serviços a cidade de Curitiba e ao instituto. O diferencial destes presidentes era a disposição integral para receber as iniciativas da população e dos técnicos do IPPUC.

NOMES DEFINITIVOS

A lista não é exaustiva, mas são nomes que brilham e merecem ser lembrados: Jaime Lerner, Rafael Dely , Lubomir Ficinski, Luiz Masaro Hayakawa, Luiz Forte Neto, Oswaldo Navarro, Carlos Ceneviva, Cassio Taniguchi, Clever Ubiratan e Sérgio Pires. Destacam-se também Augusto Canto Neto, engenheiro de carreira do IPPUC,  que marcou sua gestão com os Clubes da Gente, e Mauro Magnabosco, reconhecido servidor que detém sua contribuição em grandes mudança urbanísticas na cidade, como exemplo: Memorial Árabe, Arcadas das Ruínas de São Francisco, Arcadas do Pelourinho, Ruas da Cidadania, Bosque Alemão, Bosque São Cristóvão Parque do Bacacheri, Parque Tanguá entre outras.

Eram presidentes dedicados ao IPPUC, com sentimento de amor à técnica, à cidade e, o principal, sabiam ouvir seus colegas de IPPUC e reconhecer talentos.

Alguém que transita livremente pelos corredores da Prefeitura, completou essas observações sobre o abandono do IPPUC com novas boutades:

– É penoso ver o IPPUC perder o brilho, sendo terraplanado por secretarias sem tradição e conhecimento pleno da Cidade. Mas, ao que tudo indica, Rafael Valdomiro Greca de Macedo  prefere  que seja assim, sem dar créditos aos verdadeiros profissionais do planejamento. No final, só ele ganha as exaltações (ou alvícias, como se dizia outrora) Rafael Greca como servidor do IPPUC, muito embora pouco tempo tenha ficado no instituto, poderia dizer em que projeto que orgulha a cidade foi autor, ou trabalhou diretamente no IPPUC.

Tentamos descobrir, mas somente nos veio à cabeça os projetos como ministro de Turismo, aquele dos 500 anos do Descobrimento, que foi um escândalo: na nau custou os tubos, mas não saiu do lugar.

Depois, em tempos em que não havia ainda  traído Lerner, ele foi secretário da Comunicação e  da COHAB. Na verdade, na maior parte de “seu tempo no IPPUC, foi cedido ao gabinete do então senador Roberto Requião.

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3 COMENTÁRIOS

  1. O Rafael Valdomiro é um prefeito antiquado que só sabe fazer obra com dinheiro emprestado . A dívida fica nas costas dos próximos prefeitos. E ainda faz mau feito, a trinchera do Seminario atrasou e tem o piso todo irregular, a linha verde que virou um pesqueiro tão cedo não fica pronta, e a cidade tá cheia de radar, com velocidades diferentes que confundem os motoristas. Tá feia a coisa!!

  2. Olhem bem na foto: tem uma lápide na frente do Ippuc, na Rua Bom Jesus, dizendo o ano de nascimento daquele Órgão (1965) e o ano do falecimento (2015). Tá explicado, nem precisa desenhar!

  3. O IPPUC tem voz no conselho ainda que enfraquecida pelo tempo. Ao ter presidente interino por tanto tempo, o órgão se torna desprestigiado isto é fato. No entanto, a culpa e do próprio IPPUC por viver internamente em conflitos em que cada um tem a visão própria e linguagem diferente. A ausência de um nome de relevância mais técnico como era no passado faz a diferença. Jamur está comprometido em outra área que por si tem exigências de dedicação, e o ippuc é um terceirizador de projetos.

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