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segunda-feira, dezembro 23, 2024
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InícioCulturaO Grande Hotel da minha infância

O Grande Hotel da minha infância

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Na sexta-feira o jornalista Angelo Rigon postou no Maringá News uma foto do Grande Hotel Maringá, projetado pelo arquiteto paulista José Augusto Belluci, em uma área de 5.473 metros quadrados e ele conta que foi durante anos o símbolo da prosperidade regional e que hoje é uma recordação de dias que não voltam mais.

Na minha infância, brinquei muito na região, eu morava na Avenida Tiradentes, entre a Paraná e a Neo Martins, enquanto minha mãe ia a missa na velha Catedral, isso quando eu não era convocado por Dom Jaime Luiz Coelho para ser o coroinha e ficava maravilhado pela grandiosidade e modernidade.

Muitas vezes ficava olhando as pessoas dentro do hotel, principalmente no restaurante, ficava encantado e imaginando que eu um dia iria me hospedar ali e desfrutar de tudo aquilo.

A água gelada martelando meus ombros.

A cama macia que nunca deitei.

Da imensidão exagerada do período dos cafezais em volta das árvores.

Eu cresci e vi toda a opulência dos anos 60 e início dos anos 70.

Aos poucos minhas idas para Maringá foram ficando mais raras e passei a observar menos aquele maravilha arquitetônica dos anos 50 que povoou minha infância de sonhos.

Nunca mais encontrei ninguém na porta.

Da última vez que estive no local lembrei o que minha Tia Cota contava, essa parte de Maringá foi toda minha.

Mas meu Tio Didi já não trablhava mais na Saúde ali perto.

Minha avó também já tinha partido da Avenida Paraná.

Quando dava as costas para o Grande Hotel, era assim que chamávamos o local, lembrava de uma corrida de kart e os acidentes que presenciei.

Grande Hotel, o coração da minha Maringá.

Das minhas recordações e hoje da minha tristeza.

Por não ter adversários nas partidas de bafo que ocorriam entre garotos na entrada do Grande Hotel.

Nem lembrava das amizades perdidas.

Ou as lutas nos tatames com o meu melhor amigo, Edmar, hoje um médico em São Paulo.

Grande Hotel Maringá sempre estará circulando nas minhas veias.

Hotel Bandeirantes nunca teve o charme dos ternos negros ou as gravatas finas dos hóspedes.

O Grande Hotel Maringá precisa ser preservardo e voltar a pulsar, mesmo que seja através da cultura.

Maringá, Maringá, depois que tu partistes tudo aqui ficou tão triste.

(Foto: Museu da Bacia do Paraná)

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