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O frio e o calor entram em conflito poético, às vezes, aos domingos

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Carlos Machado e Divanize Carbonieri são os convidados da 21.ª edição de “Às vezes, aos domingos”, para um confronto poético entre duas correntes literárias, onde o frio e o calor são partes da construção do aquecimento pandêmico da realidade, transformada em cântico ou em arma defeituosa no enfrentamento do “eu”. O encontro acontece em 16 de janeiro no canal do YouTube Às vezes, aos domingos, a partir das 17 horas. Sem mediador(a), eles vão se entrevistar e ler narrativas autorais.

Curitibano, Carlos Machado é autor de 9 livros de ficção, o mais recente é Por acaso memória (uma narrativa), publicado em 2021. O ficcionista diz que a cidade em que grande parte de sua obra tem ambientação é uma Curitiba “que parou em um não-tempo, em um momento que, de fato, nunca existiu na realidade”.

Paulista de Sorocaba, Divanize vive em Cuiabá, no Mato Grosso, onde atua como professora universitária, lecionando literatura de língua inglesa. Ela é autora de quatro livros de poemas, entre os quais Entraves (2017) e Grande depósito de bugigangas (2018), duas obras de contos, Passagem estreita (2019) e Nojo (2020), dois infantojuvenis e um livro de haicais.

Temas e linguagem

Carlos Machado conta que um dos temas de sua literatura é a solidão, não a solidão/tristeza, e sim uma necessidade de interação com o mundo. “A interação é defeituosa, a comunicação é difícil, e a solidão traz o alento”, explica o escritor.

Ele diz colocar os seus personagens sempre em busca de algo, nem sempre é identificado (nem pelos próprios personagens). “O que importa é o caminho e não o destino, por isso talvez muitos de meus livros têm a ‘viagem’, o ‘passeio’, ‘a andança’ sempre ligadas à estática (poeira fria, sal, eterno retorno)”, afirma Machado.

Já Divanize Carbonieri comenta que, em sua ficção, ela explora questões incômodas, sentimentos e ações que correm paralelos ao que geralmente se espera ou deseja (rejeição à maternidade, inadequação/disforia em relação ao próprio corpo, julgamentos duros em relação aos outros, diversos tipos de opressão).

“Uma metáfora para entender a minha poesia, pelo menos grande parte dela, talvez seja a questão dos entraves, palavra que inclusive dá título ao meu primeiro livro. Meus poemas frequentemente trazem travamentos à leitura mais fluida, no nível do léxico, sintaxe ou construção. É uma poesia atravancada, às vezes mais vigorosa, às vezes mais suave, mas sempre exigindo um certo esforço do leitor”, afirma Divanize.

Esses e outros assuntos, Carlos Machado e Divanize Carbonieri vão aprofundar durante o bate-papo on-line no próximo domingo (16).

Machado ainda deve fazer uma leitura crítica da obra de Divanize e, para o Blog do Tupan, ele antecipa o seguinte comentário: “Acredito que os textos da Divanize sejam muito precisos. Ela tem um texto cirúrgico, tudo no seu devido lugar”.

Divanize Carbonieri também vai comentar aspectos da ficção do Carlos Machado, e ela também enviou ao blog uma breve definição do trabalho ficcional do narrador curitibano: “Carlos é um contista extremamente refinado. É dono de uma prosa elegante, precisa, cheia de nuances significativas”.

Diálogos brasileiros

De julho de 2020 a novembro de 2021, o projeto “Às vezes, aos domingos” realizou encontros mensais on-line, no Instagram, com autores paranaenses – mais de 30 convidados participaram da primeira fase da iniciativa, que teve como objetivo criar palco virtual para vozes literárias locais durante a pandemia.

A partir de dezembro de 2021, a proposta passou a ser transmitida no canal do YouTube Às vezes, aos domingos, com um autor paranaense e um convidado de outro estado brasileiro. “Com isso, ampliamos as possibilidades de diálogo entre autores e autoras que estão fazendo a literatura brasileira contemporânea”, dizem os idealizadores e curadores, Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos.

Soma de Ideias, Coalhada Artesanal Preciosa e Tulipas Negras apoiam a iniciativa.

Mais informações em tulipasnegraseditora.blogspot.com

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