A arte tem se colocado no centro da disputa simbólica do Brasil: seja para reescrever a história, seja para construí-la, artistas parecem retomar com veemência o caráter político da linguagem poética. Esta é uma das premissas da nova exposição apresentada pelo MAC Paraná a partir de 1º de dezembro na Sala Adalice Araújo e de 03 de dezembro na Sala 09 do Museu Oscar Niemeyer (MON), onde o museu funciona temporariamente devido à reforma de sua sede.
Intitulada “Enquanto tudo queima”, reúne artistas do acervo do museu que colocam questões que trazem alguns caminhos e provocações possíveis para o debate das crises contemporâneas e que nos ajudam a esboçar respostas para perguntas que parecem ser atemporais.
Após o período de limitações no fluxo de público no museu por conta da pandemia, “Enquanto tudo queima” é a primeira mostra do MAC Paraná a receber visitantes com a capacidade completa do espaço.
“Esta é parte de uma série de exposições que estamos fazendo desde 2019, em que a gente coloca o acervo do MAC para dialogar com artistas contemporâneos que não estão no acervo”, destaca a diretora do MAC e também curadora da mostra, Ana Rocha.
A curadoria traz obras de artistas convidados, seguindo a lógica da remixagem. “Misturamos nossa coleção com outras vozes e chamamos o público mais uma vez para uma reflexão sobre o momento presente, tão cheio de urgências”, pontua Ana.
Os artistas convidados a compor a exposição são os paranaenses Emanuel Monteiro, Milla Jung, Isabelle Catucci e Francisco Mallmann, além dos franceses Seumboy Vrainom e Jacques Perconte, que se conectaram ao MAC-PR por meio de uma parceria inédita promovida através da Aliança Francesa Brasil, Consulado Geral da França de São Paulo e Embaixada da França no Brasil.
As instituições apoiaram a mostra com o empréstimo de duas obras do Centre Pompidou, de Paris. Segundo Coline Lefèvre, diretora da Aliança Francesa de Curitiba, a missão das Alianças Francesas no Brasil é favorecer os encontros entre artistas das cenas francesa e brasileira, criando pontes entre as instituições culturais francesas e os espaços culturais brasileiros.
“Quando recebemos a proposta de trazer obras visuais do Centre Pompidou, uma das maiores referências francesas em arte contemporânea, pensamos que o MAC Paraná era o lugar ideal para expor esses trabalhos e proporcionar os encontros com artistas locais. Ficamos felizes de saber que o público curitibano vai ter acesso à nova geração de artistas franceses. Esperamos que seja o início de parcerias mais amplas”, afirma Lefèvre.
ARTISTAS PARTICIPANTES – Os artistas participantes são Alfi Vivern, Alice Yamamura, Elvo Benito Damo, Emanuel Monteiro, Francisco Mallmann, Hebert Rolim, Hélio Leites, Isabelle Catucci, Iolanda Gollo, Jacques Perconte, Jussara Age, Marcelo Gobatto, Marcelo Scalzo, Maria Cheung, Milla Jung, Paulo Bruscky, Raul Cruz, Seumboy Vrainom, Didonet Thomaz, Antônio Henrique Amaral, Estela Sandrini, Gilvan Samico, Guita Soifer, Jacqueline Adam, Luciano Zanette, Márcia Parahyba, Orlando Azevedo, Wilma Martins e Wilson Alves.
Serviço:
Exposição Enquanto o tudo queima – MAC Paraná
Abertura na Sala Adalice Araújo
Data: 01 de dezembro, 17h
Entrada gratuita
Hall da Secretaria de Estado da Cultura (Rua Ébano Pereira, 240, Centro – Curitiba)
Visitação ao MAC no MON – Sala 09
A partir de 03 de dezembro
Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico – Curitiba
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada)