terça-feira, novembro 12, 2024
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Em 22 de outubro de 1912, há cento e nove anos, iniciava, na região de divisa entre o Paraná e Santa Catarina, um dos mais sangrentos conflitos da história do Brasil. Uma verdadeira guerra que teve como zona de conflito uma área 20 mil km quadrados.

O confronto envolveu 7 mil soldados do Exército Brasileiro, do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina e civis contratados. Os rebeldes contavam com 10 mil combatentes. Terminada a Guerra, entre os efetivos legalistas contabilizam 800 a 1000 baixas. Entre a população civil revoltada de 5 mil a 8 mil mortos, feridos e desaparecidos.

O conflito durou 4 anos. E foi marcado por grande violência. Envolveu posseiros e pequenos proprietários, inflamados por monges aos quais se atribuía poderes sobrenaturais e que incitavam a rebelião contra a República Brasileira então comandada pelo marechal Hermes da Fonseca.

Envolveu ainda uma multinacional norte-americana, que fez um acordo leonino com o governo brasileiro para construir a estrada de ferro São Paulo-Rio Grande. Outro ingrediente do conflito foi uma disputa sobre traçado de fronteiras entre Paraná e Santa Catarina. Tudo isso criou as condições que resultaram num dos conflitos mais letais da história brasileira.

Após a conclusão do trecho catarinense da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande a companhia Brazil Railway Company, do magnata americano Percival Farquhar, também dono da Southern Brasil Lumber & Colonization Company, formada para explorar a madeira dessas áreas, começou a explorar o que havia recebido do governo brasileiro em troca da construção da ferrovia: 15 km de cada lado da estrada de ferro.

A companhia iniciou a desapropriação de 6.695 km quadrados de terras (o que equivale a 276.694 alqueires), uma área que já era ocupada por posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina.

Esses posseiros não se conformaram em desocupar pacificamente essas terras e sua resistência resultou num sangrento conflito – ou melhor Guerra – de 4 anos (só encerrada em agosto de 1916), que envolveu além de armas pesadas, pela primeira vez na história, o uso de aeronaves com fins militares.

Dos 40 mil habitantes que residiam nos 20 mil quilômetros de área conflagrada, de 5 a 8 mil morreram ou desapareceram. O que resulta em um altíssimo percentual de baixas em relação à população existente no local na época.

Municípios que viram a guerra de perto. Como União da Vitória e Porto União, que sediaram as operações militares. A cidade de Três Barras (SC), ainda guarda vestígios da Southern Brazil Lumber and Colonization Company, na época uma das maiores madeireiras do mundo. A cidade de Caçador (SC) abriga o Museu do Contestado. A cidade de Palmas (PR) e Irani (SC), local de uma das principais batalhas do conflito.

“Próxima de completar 110 anos, a Guerra do Contestado ainda é um enigma a ser completamente decifrado. É um episódio sangrento e dramático que não pode, e não deve ser esquecido. É uma página da nossa história que ainda pode, e deve inspirar importantes lições”, disse o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSDB).

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