terça-feira, novembro 5, 2024
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Até junho, Greca vai torrar R$ 110,2 milhões para garantir lucros da “grande famiglia”…

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O jornalista político Aroldo Murá conta no blog que se não fosse Dona Matilde da Luz (*), a repórter amadora da “eterna vigilância”, ia passar despercebido o novo aporte de recursos para garantir os lucros dos donos do transporte coletivo de Curitiba. O novo decreto nº 896, publicado na última quinta-feira,20 ,do prefeito Rafael Greca, aumenta o “auxílio-covid” às empresas de ônibus.

Sob justificativa de perdas, os membros da família Gulin, detentora majoritária das empresas que atendem Curitiba, obtiveram a benção e terão garantidos R$ 110.247.000,00 (Cento e dez milhões, duzentos e quarenta e sete mil reais), que serão pagos no primeiro semestre pelo Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), administrado pela URBS. Com isto, este é o maior socorro feito pelo município as empresas de ônibus, que em 2020 obtiveram R$ 120 milhões de recursos aplicados ao longo daquele ano.

PARA “EQUILIBRAR”

Sob argumento de novo aporte para equilíbrio de contas, o prefeito também determinou ao secretário municipal das Finanças, Vitor Pupi, o repasse de R$ 20,2 milhões para fortalecer o FUC. Esta quantia representa o equivalente a quase 5 milhões de tarifas. E tudo mostra que mais aportes serão feitos no segundo semestre desse ano.

Desde que começou a pandemia, os proprietários do transporte coletivo reclamam de desequilíbrio financeiro e também prejuízos enormes com a queda de movimentação de passageiros. A queixa vai contrária às benesses que a Urbs tem dado ao setor, permitindo retirada de ônibus das linhas, diminuição do tamanho dos veículos (micro-ônibus), retirada de cobradores, mudança da forma de cálculo do repasse aos empresários, entres outras bondades feitas pelo presidente da Urbs, Ogeny Maia.

A dinheirama agora decretada cai pois no que dona Matilde – e funcionários público atentos chamam de “Auxílio Covid”. Aos especialistas do setor, há gordura espessa nas empresas de transporte público, que estariam inflando custos internos. Há críticas sobre a capacidade de fiscalização da Urbs, dado que na gestão de Rafael Greca houve um desmonte do quadro funcional da Urbs.

NENHUMA MODERNIZAÇÃO

Outra crítica ao prefeito é a sua incapacidade de pensar formas de modernizar a Rede Integrada de Transporte. Greca nunca inovou no transporte público. Complacente com a família Gulin, o alcaide pouco faz para introduzir avanço simples que já existe em outras cidades brasileiras.

BILHETE TEMPORAL

Há uma má vontade na implantação do bilhete temporal para toda a rede, que permitiria o desembarque de ônibus ou em terminais e o retorno por um período pré-determinado. Outra inovação seria criação de tarifas por percurso percorrido pelo passageiro, favorecendo 35% dos 700 mil passageiros diários, que fazem viagens curtas, fora do horário de rush. Greca tem se mostrado pouco interessado e mudar uma realidade que, como está, só beneficia os donos do transporte coletivo.

A ordem dada para a Urbs é não cutucar os donos das empresas, pois, como diz o ditado popular, se “mexer, vai feder” (*) Matilde da Luz repete o axioma dos antigos romanos e que a UDN popularizou na campanha de de brigadeiro Eduardo Gomes à Presidência em 1950: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Um bom lembrete para os membros de nossa câmara de “varadores”; assim eram chamados os vereadores no século 19.

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