quarta-feira, maio 15, 2024
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Entre a revolta e a CPI, a incrível persistência do negacionismo

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Eduardo Aguiar conta no blog do Aroldo Murá que em meio a mudanças de cores de bandeiras e ao vaivém de ondas de contágio da covid-19, enfrentamos uma situação tragicômica no Brasil com a criação da CPI pra investigar a vacinação (ou melhor, a falta de) Mas o que mais espanta é persistência de uma visão negacionista da ciência por mais de um século. Se em meados de 1900 éramos sinônimo de febre amarela, peste bubônica e varíola, hoje o país é considerado um pária, visto com revolta e repugnância por conta dos altos índices de contágio do coronavírus.

COMPARAÇÕES

As comparações com a Revolta da Vacina de 1904 são inevitáveis, mas há uma diferença crucial: à época, quem lutava pela vacinação em massa era o próprio governo, enfrentando com resiliência a desconfiança popular e o oportunismo da oposição. A obrigatoriedade deu um nó na cabeça dos positivistas, que se voltaram contra a ciência. Oswaldo Cruz, hoje elevado a patrono da saúde pública nacional, era enxovalhado diariamente nos jornais e precisou ser laureado na Europa, anos depois, para apenas então receber reconhecimento.

JORNAIS DE 1904

Ao se folhear os jornais da capital federal de 1904 é possível entender um pouco mais o que se passou e até mesmo compreender o medo dos cidadãos. Em uma época em que a medicina popular ainda funcionava à base das tradições familiares, remédios caseiros e simpatias, não era fácil convencer um pai a inocular em seus filhos um líquido obtido a partir de pústulas de vacas doentes.

Isso sem falar no método: a vacina antivariólica sequer usava seringas e agulhas – era aplicada por meio de uma lanceta de metal em dois a três incisões na parte superior do braço, numa operação demorada, dolorosa e que muitas vezes resultava em infecções. Imagina-se o pânico das crianças e a histeria de suas mães. A isso, some-se a política.

OSWALDO CRUZ

Quando Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor Geral de Saúde Pública (cargo que corresponde ao atual de ministro da Saúde), em 1902, a capital do Brasil era uma sucursal do inferno. Áreas totalmente insalubres, cheiro insuportável, ratos, baratas, mosquitos e todos os tipos de bactérias e vírus. A cidade fedia e o povo adoecia. Contra a febre amarela e a peste bubônica, o sanitarista promoveu uma desenfreada caça aos mosquitos e aos ratos. Embora criticado por políticos e zombado pelos jornais, as ações mostraram-se eficazes no médio prazo.

COMBATE À VARÍOLA

Mas ele enfrentaria sua maior polêmica mesmo ao decidir que o combate à varíola só seria possível com a vacinação em massa.Assim, mais do que instituir a obrigatoriedade da vacina, a lei de Oswaldo Cruz dava ao Estado o poder de vacinar as pessoas a qualquer tempo, e de colocar em reclusão os que se recusassem a recebê-la. Desde que o presidente Rodrigues Alves enviou o projeto ao Congresso no início do ano, parlamentares ligados ao Positivismo imediatamente colocaram-se contra, elevando o tom das críticas e apelando até para as famigeradas fake news para tentar derrubar o texto na Câmara.

AUGE POSITIVISTA

Vivia-se o auge do pensamento positivista – corrente teórica que pregava um ideal de progresso contínuo da humanidade baseado em uma interpretação científica da realidade. No Brasil, vejam só: os positivistas colocaram-se justamente contra a ciência. E, com o apoio de muitos jornais, acenderam o estopim de pólvora que viria a explodir o Rio de Janeiro em 13 de novembro de 1904. De lá pra cá, o homem já foi para o espaço e pisou na lua.

A ciência já descobriu a penicilina, os raios-x, a tomografia, o detector de partículas, a bateria solar; descobriu a estrutura helicoidal do DNA e desvendou o genoma humano. Inventou-se o avião, a televisão, as telecomunicações, a internet, videogamers e smartphones. Dia desses, um foguete (o Starship, da empresa Space X) pousou “de ré” com sucesso pela primeira vez, com a delicadeza de uma donzela estacionando seu carro automático. No entanto, incrivelmente, ainda há quem defenda que a Terra é plana. E que vacina não funciona…

TUDO GRÁRTIS, É SÓ BAIXAR

Quem quiser saber mais sobre o episódio da Revolta da Vacina pode baixar gratuitamente o e-book “A Revolta da Vacina e o Negacionismo dos Positivistas”, que traz cartuns e recortes garimpados em mais de 300 edições de nove diferentes títulos de jornais que circulavam na capital federal em 1904, além de outras fontes, como a Casa de Oswaldo Cruz. A obra revela os bastidores políticos e ajuda a entender um pouco mais do contexto social que levou à famosa Revolta que colocou a capital federal de pernas para cima.

BAIXE GRATUITAMENTE: https://pt.scribd.com/document/492485592/A-Revolta-da-Vacina-e-o-Negacionismo-dos-Positivistas#download&from_embed

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1 COMENTÁRIO

  1. Vejo desproposital essa comparação a resistência da vacina do século 19 com a vacina desse vírus criado e dessiminado pelo criminosos chineses comunistas!!!

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