Núcleo de pastores evangélicos de Curitiba condena proibição de caridade alimentar

Depois de chamar os opositores a proposta do projeto de lei Mesa Solidária, o prefeito Rafael Greca (DEM) está a caminho de ser excomungado pela Igreja Católica e pela Evangélica se continuar insistindo no monopólio da caridade.

Na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual e pastor Aroldo Martins (Republicanos) soltou o verbo contra o projeto descabido de Greca:“ É uma grande falta de sensibilidade porque talvez o senhor (prefeito) não saiba o que é fome!”, criticou Martins.

Para engrossar as vozes dos descontentes, o Núcleo de Pastores de Curitiba soltou uma nota de repúdio falando da proposição do democrata, o que deve fechar as portas para ele na maioria das congregações de Curitiba.

NOTA DE REPÚDIOO

O Núcleo de Pastores de Curitiba, formado por seus associados, pastores e líderes da Entidades Religiosas Evangélicas da cidade de Curitiba, vem através desta Nota de Repúdio, manifestar que recebeu com extrema surpresa a notícia de que a Prefeitura Municipal de Curitiba, protocolou junto à Câmarade Vereadores de Curitiba, um projeto de lei que visa dificultar, em muito,o trabalho feito por muitas pessoas físicas e OSC (Organizações da Sociedade Civil), que tem apenas auxiliado pessoas em vulnerabilidade social em Curitiba, distribuindo gratuitamente alimentosà moradores de rua, e fazendo isso como princípiobíblico inclusive: Mateus 22:39b – Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Considerando que Curitiba tem uma enorme populaçãoem situação derua 2, morando embaixode marquises, vulneráveis ao frioassim como ao calor, desprovidas de acesso a higiene básica, e sem condições de supriro mínimo para seu bem-estar, incluindo aqui o alimento básico; considerando infelizmente que esta população, tem crescido absurdamente nos últimos anose foi severamente afetada desde o início da pandemia;considerando que a humanidade tem passado por um momento tão delicado, onde a saúde pública tem sido alvo de inúmeros decretos e medidas que visam salvar vidas.

Temos que,tal projeto de Lei, ainda que revestido das melhores intenções possíveis, é completamente descabido, neste momento em especial; por pura lógicae compaixão, o poder público não deve criar óbices e entraves para o pleno e livre exercício da caridade, e pior, ameaçar com multas pessoas e instituições,que tem na verdade cumprido um papel que o próprio município não consegue suprir sozinho.

Portanto, este Núcleo de Pastores de Curitiba, clama que este projeto seja imediatamente retirado, uma vez que fere a compaixão, o bom senso e claro o dever de todos em ajudarmos pessoas.

Curitiba, Estado do Paraná, 01 de abril de 2021