O Portal A Rede informa que o Poder Judiciário aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra o vereador Walter José de Souza, o Valtão (PRTB), e contra os empresários Alberto Abjumara Neto, Antonio Carlos Domingues de Sá (a esquerda na foto), Celso Ricardo Madrid Finck e João Carlos Barbiero (ao centro na foto). O grupo foi alvo da Operação Saturno, deflagrada para investigar casos de corrupção envolvendo o EstaR Digital em Ponta Grossa.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público pedia que o grupo seja processado pelos crimes de corrupção ativa e passiva. No caso da corrupção ativa, o promotor defende que o empresário João Barbiero foi “contratado” por Alberto, Antonio e Celso para que, mediante pagamento de proprina mensal, intermediasse os interesses da empresa Cidatec, responsável pelo EstaR Digital, junto aos órgãos e agentes públicos, especialmente diante do vereador Valtão, relator da CPI criada para investigar o EstaR Digital.
A denúncia afirma ainda que Barbiero foi orientado a persuadir os membros da CPI do EstaR Digital para que eles apresentassem um documento (relatório final) favorável à CidaTec. Segundo a denúncia, o principal contato de Barbiero dentro da CPI era o vereador Valtão – o parlamentar do PRTB recebeu R$ 15 mil de propina no dia 23 de novembro. Desse montante, R$ 11,9 mil foram apreendidos na casa de Valtão.
A denúncia destaca ainda que, mediante ao pagamento de propina, Valtão agiu por determinação dos empresários responsáveis pela CidaTec para apresentar um relatório final favorável à empresa. Desta forma, o promotor entende que Alberto, Antonio, Celso e Barbiero cometeram corrupção ativa majorada, enquanto Valtão teria cometido o crime de corrupção passiva majorada.
O presidente da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT), Roberto Pelissari, não é citado na denúncia, nem como informante e nem como testemunha. A denúncia foi apresentada e aceita pela 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa.
Investigação foi deflagrada em dezembro
A Operação Saturno foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 15 de dezembro. Ao todo, 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelas autoridades na Câmara Municipal, na Prefeitura, na sede da AMTT e também nas residências dos investigados. Paralemente, a Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG) já discute a cassação de Valtão.
É inadmissível que seja possível comprar um relatório de uma CPI. Isso é o mais completo absurdo. Agora a CPI precisa desvelar a relação do tio do ex-prefeito Marcelo Rangel com o Alberto Abujamra Neto, que além de operar o EstaR digital em Ponta Grossa é dono também da DATAPROM em Curitiba que opera o EstaR de Curitiba e também a bilhetagem do transporte coletivo. Além disso, Alberto Abujamra é dono de dezenas de negócios públicos que deveriam ser fiscalizados pelas autoridades ministeriais mas não são.