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sábado, dezembro 21, 2024
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InícioGeralSUS de Curitiba pode entrar em colapso em 7 dias

SUS de Curitiba pode entrar em colapso em 7 dias

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Rosiane Correia de Freitas conta no Plural que a escalada de novos casos de Covid-19 em Curitiba e Região Metropolitana está colocando no limite a estrutura de atendimento médico da cidade. O Plural ouviu quatro médicos (que pediram para não serem identificados), dois do SUS e dois de hospitais privados. Os profissionais avaliam que os leitos de UTI e enfermaria do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba podem se esgotar num intervalo que vai de 7 a 14 dias.

Um dos médicos ouvidos disse que, considerando os novos casos, só o número de internações esperadas (cerca de 10% do total de pacientes) já colocaria o sistema no limite. Curitiba confirmou 1.597 novos casos nesta quarta-feira (25), o que representaria o potencial de 159 novas internações, entre UTIs e enfermarias.

Esse cálculo não leva em consideração a possibilidade de haver pessoas desse grupo já internadas, portanto, contabilizadas nos 93% de ocupação de leitos de UTI.

O engenheiro Murilo Linzmayer fez uma projeção, a pedido do Plural, em cima dos dados dos últimos 21 dias. “Levando em consideração a tendência desse período, temos em média um acréscimo na ocupação de leitos de 4 internações nas UTIs por dia, enquanto nas enfermarias são pelo menos 7. Baseando-se na nossa capacidade máxima de leitos ativados em meados de agosto, entre 7 e 10 dias todos os leitos estarão esgotados”, explica.

A diferença de prazo depende de vários fatores. O primeiro e mais fundamental é quantos leitos a cidade vai conseguir ativar nos próximos dias. Em agosto, quando a Capital passou por outra onda de aumento de casos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) conseguiu ativar um máximo de 355 leitos de UTI e outros 444 de enfermaria.

A dúvida agora, dizem os profissionais, é se teremos equipes de médicos e enfermeiros para atender a todos os leitos extras disponíveis. A própria secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, declarou em entrevista coletiva à imprensa que as equipes estão “exauridas” e que tem sido mais difícil convencer profissionais a “dobrar plantão”.

Atualmente, Curitiba está com 334 leitos de UTI Covid-19 em funcionamento e 313 ocupados (dados do Censo de leitos da SMS de 25 de novembro, o mais recente disponível).

Duas semanas

Em julho deste ano, quando a onda de casos começou, uma avaliação recorrente era de que a cidade havia fechado “cedo demais”. Ou seja, havíamos pago o preço econômico de manter comércio e serviços fechados durante um período (de abril a junho) em que a cidade não teve grandes desafios para enfrentar na pandemia.

É possível que esta visão esteja, no momento, guiando as ações do prefeito Rafael Greca (DEM), que tem resistido a tomar novas medidas de restrição a atividades não essenciais.

O problema, os números mostram, é que a cidade voltou a um ritmo “normal” sem que a onda de contaminação terminasse. Em 28 de setembro, quando a atual bandeira amarela foi decretada, a cidade tinha 80% dos 334 leitos de UTI Covid ocupados.

Esse percentual baixou nas semanas seguintes até 63,3% de 319 leitos em 12 de outubro, menor índice de ocupação atingido no período. Em 27 de outubro, quando o número de novos casos começou a aumentar de novo, a ocupação de leitos de UTI já estava em 79%.

Isso significa que Curitiba já saiu de uma situação grave para uma escalada de novos casos, chegando mais rapidamente ao limite. E, na prática, foram só duas semanas de respiro para os hospitais e suas equipes.

E se esgotarem os leitos?

Caso Curitiba chegue à ocupação máxima de suas UTIs Covid-19, alguns cenários devem se desenvolver. Primeiro, a prefeitura deverá aumentar os esforços para abrir novos leitos, desativando serviços, suspendendo atividades, muito embora já exista bastante atendimento parado no momento.

Haverá também uma fila de pacientes aguardando leitos que poderão receber tratamento invasivo fora de UTIs. E haverá uma disputa de recursos e profissionais dos leitos de uso comum para os leitos exclusivos Covid-19.

Dependendo do tempo que durar o esgotamento de leitos e as condições de atendimento dos pacientes, é possível que aconteça uma elevação no índice de mortalidade de pacientes Covid-19 na Capital.

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