quinta-feira, abril 25, 2024
spot_img
spot_img
spot_img
spot_img
InícioPolítica Paraná‘Indeferido’ pela Justiça, Diogo Furtado, do PCO, mantém campanha

‘Indeferido’ pela Justiça, Diogo Furtado, do PCO, mantém campanha

spot_img

No último domingo, a Justiça Eleitoral indeferiu o registro do candidato do Partido da Causa Operária (PCO) à prefeitura de Curitiba, Diogo Furtado. O motivo foi a falta de registro válido da legenda no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), mesmo assim o Bem Paraná entrevistou o concorrente. Furtado garante que a sigla vai recorrer até a última instância, e que até uma decisão final, a campanha continua. Mesmo que ele e o partido considerem as eleições “uma farsa”, um “jogo de cartas marcadas”.

O candidato explica que a participação da legenda nesse jogo é justamente uma forma de debater o processo eleitoral. E divulgar as ideias da sigla, que se autodefine como “marxista, leninista, trotskista”, e que advoga medidas de caráter nacional, como a descriminalização do aborto e a redução da jornada de trabalho. Em entrevista ao Bem Paraná, Diogo Furtado reafirma ainda a defesa do afastamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a realização de eleições gerais, que segundo ele, garantiriam o retorno à presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bem Paraná – A Justiça Eleitoral indeferiu o registro da chapa do PCO, inclusive sua candidatura à prefeito. O que tem a dizer sobre isso?
Diogo Furtado – Nosso setor jurídico está recorrendo e vai recorrer até o final, porque é uma arbitrariedade. É bem interessante que até agora não teve nenhum problema. Mas logo após o debate da Band começou a haver problemas. É uma perseguição. É um sinal de que a mesma estrutura das eleições, totalmente antidemocráticas.

P – Se hoje fosse 1º de janeiro de 2021, qual seria sua primeira medida como prefeito, caso eleito?
Diogo – A primeira medida seria buscar urgência em relação ao Covid. Seria questões de saúde. Se as escolas estiverem abertas, como praticamente devem estar, pelo governo Greca, totalmente genocida, seria fechar as escolas. Isolar. Colocar testes nas escolas. Primeiro ver o nível que está as escolas. Se for detectado doentes ali, já intervir de cara. Voltar ao programa de Educação à Distância (EAD), mas com qualidade. Distribuição de notebooks, financiar a internet gratuita ou instalar a banda larga urbana aberta. Tem muita coisa para se fazer. Inclusive como é tudo nosso, a Copel é nossa, da classe trabalhadora, financiada pela classe trabalhadora. Só não está voltada à classe trabalhadora hoje porque é regida dessa maneira, misturando o setor público e privado. Sucateando e privatizando. É uma maneira de espoliar os bens públicos da classe trabalhadora e passar para os capitalistas.

BP – Em relação às atividades econômicas, que hoje estão praticamente quase todas liberadas pela prefeitura. O que vocês fariam em um primeiro momento?
Diogo – Antes de tudo, para saber o grau desse problema em relação à pandemia é primeiro organizar a Secretaria da Saúde com método que consiga testar, saber o nível que está o coronavírus. O Rafael Greca, golpista, bolsonarista, colocou um sistema de cálculo em que é impossível a bandeira chegar à vermelha. Só se todos os indicadores chegarem à vermelha. Tem uma série de manobras. Inclusive o número de leitos. Os doentes são devolvidos às suas casas para que o número de leitos (ocupados) se mantenha estável. Exatamente por isso que o mercado está aberto de maneira generalizada. Existe um cálculo que permite o mercado aberto e que vira às costas para o coronavírus, para a população, como se não estivesse acontecendo nada. Fingindo que existe uma estrutura pública de saúde, coisa que não existe. É uma política genocida. O primeiro ponto é reestrutura o sistema avaliativo em relação à pandemia, em seguida trabalhar com o resultado. Provavelmente é o fechamento, sim, do comércio. Mas é óbvio que os pequenos comerciantes e os trabalhadores não podem ficar sem renda. Então é óbvio que um auxílio emergencial para todos. Abrir os cofres públicos para conter a pandemia e manter o isolamento. Lógico que dentro disso tudo fazer testes de maneira ampla e separar os doentes, coisa que não foi feito. Existe todo um trabalho que não é feito para conter os gastos públicos e ter mais dinheiro para transferir para os banqueiros, que estão desesperados com o fechamento dos comércios. E colocam toda a sua influência para abrir todo o comércio, a troco da vida dos trabalhadores.

Bem Paraná – O plano de governo do PCO dá muita ênfase ao afastamento do Bolsonaro. Mas as últimas pesquisas indicam que o presidente teria aprovação, hoje, de 40%. Como vocês vêem essa situação?
Diogo Furtado – É uma pura mentira. Não tem como. Primeiro que o Bolsonaro é fruto de um golpe de estado, uma manobra da imprensa capitalista e da política burguesa que colocou o Bolsonaro lá. O Bolsonaro nunca seria eleito sem a prisão arbitrária, sem provas, do ex-presidente Lula. Se não fosse a operação Lava Jato, uma operação golpista, que já está há anos aí e já está sendo desmontada porque não tem sustentação, tem provas de arbitrariedade e manipulação. Se não fosse por esse esquema, o Bolsonaro nunca teria sido eleito. Ele foi eleito por uma fraude eleitoral, política, um golpe de estado. Se não existisse toda essa armação, quem teria sido eleito seria o Lula. E como a palavra de ordem do PCO é ‘fora Bolsonaro e eleições gerais já’. A própria democracia prevê que é possível haver eleições a qualquer momento, dada a pressão popular, a vontade do povo, o PCO coloca que é necessário eleições gerais já. E com eleições colocadas hoje, a derrubada do Bolsonaro, se o Lula se candidatasse, como é direito dele, já que foi cassado, perseguido e preso, inclusive, com total certeza ele será e vai ser eleito. Tem um setor muito manipulado, confundido pela grande imprensa, que votou no Bolsonaro por não ter escolha. Até por ter ser pressionado, como o caso da Havan, cujo os funcionários foram ameaçados de perder seus empregos.

BP – A ênfase do PCO no impeachment da Dilma Roussef e no apoio ao Lula tem feito muitas pessoas apontarem que o partido teria se transformado em mero apêndice do PT. Como responde a isso?
Diogo – Não. Não tem nada a ver. A política do PT e do PCO são totalmente diferentes, apesar de ambos serem de esquerda. O PT é social democrata e o PCO é marxista, leninista, trotskista. Porque o PCO defende a Dilma, o Lula, todos os presos políticos? Porque o PT é o setor perseguido da esquerda, que sofreu o golpe. É atacado, inclusive, pela própria esquerda, no caso do Boulos (candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo) contra a Dilma. O Boulos defendeu o golpe de estado. Então o trabalho do PCO é no sentido de esclarecer que sem devolver os direitos políticos do Lula, da Dilma, a todos os perseguidos políticos não tem condição alguma de ter democracia. De termos um governo para os trabalhadores, operário. É um obstáculo imposto pelo golpe de estado. O nome do Lula é o principal porque se o Lula é cassado, preso, sem provas, de maneira arbitrária, eu, você, a classe trabalhadora, que direito nós temos? Se o Lula, que é um líder poítico, popular, conhecido no mundo todo, tem seus direitos cassados, quem vai conseguir defender os próprios direitos.

Bem Paraná – O PCO coloca no plano de governo medidas como discriminalização do aborto, redução da jornada de trabalho e outras que são de âmbito nacional, e na qual a prefeitura não têm jurisdição. Como pretendem cumprir isso?
Diogo Furtado – A questão da descriminalização do aborto é lógico que tem que passar pela Constituição, mas é uma campanha. Obviamente dá para se colocar mais médicos na saúde municipal. O SUS está totalmente sucateado, os postos de saúde. Se tivessem médicos que conseguissem trabalhar nessa questão. Como prefeito que está a favor da descriminalização do aborto como uma maneira de conter mortes de mulheres. Já é feito mais de 1 milhão de abortos por ano. Parte desse 1 milhão traz como consequência a morte das mulheres. É um direito da mulher fazer o que bem entender com o seu corpo. No PCO, a proteção à morte, é necessário dar auxílio à mulher. A intervenção como prefeito, ou como candidato eleito, é enaltecer a campanha pela descriminalização do aborto que é uma campanha pelo direito de expressão e também pela vida.

BP – Porque o PCO participa das eleições, se o próprio partido diz que elas não passa de uma “farsa”?
Diogo – A questão é porque não participar? A eleição é um evento nacional que acontece a cada dois anos. Que todo o Brasil para um pouco para observar o que está sendo dito pelos candidatos, pela imprensa golpista, capitalista. É um espaço, justamente, para debater as eleições.

Notícias Relacionadas

3 COMENTÁRIOS

  1. Foi indeferido e continua fazendo campanha… E depois os esquerdistas e a imprensa ativista diz que quem não respeita as leis é o Bolsonaro!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img
spot_img
spot_img
spot_img
spot_img

Notícias Recentes

- Advertisment -