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domingo, dezembro 22, 2024
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InícioPolítica CuritibaFuncionários de Margarita contraíram Covid-19; um deles morreu

Funcionários de Margarita contraíram Covid-19; um deles morreu

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O Plural informa que dois funcionários da primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone, contraíram Covid-19 depois que ela recebeu seu exame positivo para o coronavírus. Um deles, o motorista terceirizado que trabalhava com ela, acabou falecendo vítima da doença. Margarita, de 75 anos, e o marido, o prefeito Rafael Greca (DEM), foram internados no dia 27 de setembro, e hoje estão curados.

Margarita e Greca desconfiam que podem ter sido contaminados em uma visita do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) a Curitiba. O deputado esteve na cidade no dia 12 de setembro, e se encontrou com o casal. No dia 16, Maia anunciou que estava com coronavírus. O comunicado foi divulgado às 14 horas.

No mesmo dia 16, Margarita Sansone teve os primeiros sintomas, segundo a Notificação de Síndrome Respiratória Aguda Grave. O banco de dados registra a evolução da doença de todas as pessoas que apresentam indícios de infecções respiratórias e foram internadas, e as informações são públicas. Ainda naquele dia, a primeira-dama esteve em um evento público, no hall do Teatro Regina Casillo, recebendo a Ordem Honorífica Stella D’Italia. Em todas as fotos publicadas no Instagram do prefeito, ela aparece sem máscara.

Um dia depois, Margarita fez o exame e confirmou o coronavírus. Como tinha estado com Maia, pelo protocolo, ela já deveria estar em isolamento – o mesmo valia para Rafael Greca, mesmo que a essa altura ele não apresentasse sintomas.

No dia 18, o motorista de Margarita apareceu com sintomas. A evolução do caso dele, porém, foi bem mais grave. Três dias depois da internação do casal, ele morreu, aos 41 anos. Uma assistente pessoal de Margarita, de 70 anos, também contraiu a doença.

A assessoria da primeira-dama não informa quando os dois funcionários entraram em isolamento, ou se tiveram contato com ela depois da confirmação da doença. Segundo a assessoria, Greca e Margarita souberam da situação de Maia no dia 16 à noite, depois do evento no Teatro Regina Casillo.

No dia 27 Margarita foi internada, ao lado do prefeito. Na ocasião, Margarita apresentava febre, tosse, dispneia (falta de ar), desconforto respiratório e saturação abaixo de 95%.

Já o prefeito, segundo o mesmo documento, teve apenas tosse e saturação abaixo de 95%, além de perda do olfato. Greca começou a apresentar os sintomas no dia 21 e no mesmo dia fez o exame PCR para Covid-19, que deu positivo.

Segundo a assessoria, o prefeito já havia feito o exame junto com Margarita no dia 17, mas o resultado foi negativo. Ele recebeu alta no dia 30 de setembro; Margarita no dia 5 de outubro . 

No dia 24 de setembro, quando publicou um vídeo em suas redes sociais explicando que não iria ao debate entre candidatos à Prefeitura, Greca já sabia que estava com Covid-19. O prefeito, no entanto, disse na ocasião que não iria porque “o ambiente não proporcionará todos os protocolos sanitários recomendados e tão amplamente pedidos por mim a todos vocês curitibanos”. 

Evolução rápida

A morte do motorista pegou familiares e amigos de surpresa. No início, ele foi orientado a apenas fazer isolamento e tomar remédio para dor. Mas os sintomas foram piorando. O Plural apurou que provavelmente ele passou esse período, do dia 19 ao dia 26, sozinho e isolado.

Segundo um amigo, ele não quis permanecer na casa da mãe, no bairro Abranches, por se preocupar com o risco dela contrair a doença.

Entre o dia 19 e o 29 de setembro, o motorista conversou sobre a doença por whatsapp com amigos. Avisou que ia para o apartamento que tinha na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), se isolar. Contou que foi à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Boa Vista quando passou a se sentir mal e recebeu orientação de tomar medicação para dor. Ele alertou que estava indo se internar no dia 26 de setembro, no Hospital Ônix Mateus Leme.

Ao dar entrada, apresentou febre, dispneia, perda de olfato e de paladar. Foi então submetido a uma tomografia, cujo resultado, indica a ficha de notificação, foi “típico de Covid-19”. 

Do hospital, no segundo dia de internação, ele postou numa rede social uma mensagem de apoio ao casal Rafael Greca e Margarita Sansone, que havia também acabado de se internar no Hospital Nossa Senhora das Graças. Alguns amigos aproveitaram a mensagem para desejar melhoras para ele.

A conversa com os amigos continuou até o dia 29, quando avisou que estava mal. Os colegas foram avisados de que o motorista seria internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ampliar o uso de oxigênio. Depois disso, sumiu do aplicativo de mensagens. 

Até ali, ele estava usando suporte para respirar não invasivo, ou seja, uma máscara de oxigênio.  Dados da ficha médica, obtidos pelo Plural, apontam que na UTI ele chegou a ser intubado, mas acabou falecendo na madrugada do dia 30 de setembro.

A piora rápida e o falecimento surpreendeu os amigos e familiares. O motorista era jovem, tinha 41 anos e nenhum problema crônico de saúde, só era obeso. Mas quando o trabalho permitia, conta um amigo, ia se exercitar na academia. Ele também é descrito por pessoas próximas como extremamente dedicado ao trabalho e leal a Greca. 

Acordava cedo para comprar e entregar pães frescos na casa do prefeito. E ficava à disposição do casal para todo tipo de tarefa, de buscar coisas a entregar documentos. 

Entre os amigos era visto como uma pessoa ‘bacana demais’. Por isso, uma das razões que aumentaram a tristeza de todos foi a falta de manifestação pública de Greca e Margarita após a morte do motorista. A assessoria do prefeito informou que Greca enviou um cartão de condolências para a mãe do motorista, que foi entregue em mãos. “Nem uma nota”, lamentou uma das pessoas ouvidas. “A gente é só um número”, completou.

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9 COMENTÁRIOS

  1. Isso mostra a diferença entre a saúde privada e a pública. Greca foi para o Nossa Senhora das Graças. O funcionário para a UPA da Boa Vista.

  2. Greca mandava o curitibano ficar em casa quando de quarentena. Mas com ele, mesmo suspeito, continuou indo em eventos. Quantas pessoas será que ele contamnou?

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