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domingo, dezembro 22, 2024
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Christiane Yared promete cortar gastos com cargos comissionados em Curitiba

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O Bem Paraná entrevistou a deputada federal Christiane Yared (PL) que se elegeu para a Câmara pela primeira vez, em 2014, sob a bandeira do combate à violência no trânsito, desfraldada por ela após a morte do filho em um acidente envolvendo o ex-deputado estadual Fernado Ribas Carli. E é com o olhar de mãe que ela diz entrar na disputa pela prefeitura de Curitiba, defendendo uma administração mais humanizada, em que a prioridade seja o acolhimento aos que mais necessitam da ação do poder público. O que ela define como “mais afeto e menos concreto”.

Em um cenário de pandemia e de baixa arrecadação, ela sabe que essa não será uma tarefa fácil. Por isso, entre suas principais propostas apresentadas em entrevista ao Bem Paraná está o corte de gastos com cargos comissionados – preenchidos sem concurso público, por indicação política – como medida de economia para sustentar um plano de reaquecimento da economia e geração de empregos, voltado especialmente para pequenas e microempresas. E afirma que seu bom trânsito tanto entre o governo Bolsonaro no plano federal e no governo Ratinho Júnior no plano estadual será uma das estratégias para atrair recursos para esses projetos, deixando de lado questões ideológicas e partidárias.

Bem Paraná – Se hoje fosse 1º de janeiro de 2021 e a senhora tivesse sido eleita prefeita de Curitiba, qual seria a sua primeira medida?
Chistiane Yared – Em 2021, como nós temos o decreto da pandemia, nós precisamos cuidar das pessoas. As pessoas estão muito distantes de terem esse atendimento, principalmente psicológico. Temos visto uma cidade que ficou acuada, como toda as cidades do mundo. Mas que é necessário cuidar das pessoas, uma cidade que cuide de gente. Oferecer algo que a cidade merece. A certeza de estar mais próxima e a prefeitura tem essa possibilidade. Pretendemos segurar um pouco para que a gente possa investir na questão do ser humano, de abraçar, de trazer, que eu acho que ficou muito distante.

BP – Como a senhora vê a forma como a atual gestão lidou com a questão da pandemia?
Yared – Eu não posso criticar. Eu não critico porque nenhuma gestão do mundo, nenhuma prefeitura do mundo imaginou ter algo desse tamanho para lidar. Todos os investimentos tiveram que ser direcionados para a saúde. Não vejo que desconstruindo eu vou construir alguma coisa. O que eu posso fazer é oferecer para a cidade uma maneira de gerir diferenciada. Que é realmente da inclusão, de trazer mais próximo, de ouvir, de estar mais presente, uma cidade mais humana. Como eu falei, uma cidade cidadã.

BP – Qual o maior desafio do próximo prefeito em um cenário pós-pandemia?
Yared – O reaquecimento da economia. Geração de empregos e renda. Temos que ver essa questão de repactuação financeira. Quem ganha menos, paga menos, quem ganha mais, paga mais. Temos que valorizar o pequeno e microempresário que está abandonado, com taxas altíssimas para pagar. Parcelamento dessas dívidas. Porque é impossível, às vezes, para o micro e pequeno empresário, até o médio. Nós temos que sentar e fazer uma repactuação financeira séria, possível, para que a gente tenha geração de empregos. Eu já fui empresária, sei o quanto é difícil. A cidade só cresce se tivermos geração de empregos.

TRANSPORTE COLETIVO
‘Não tenho empresários me bancando’

Bem Paraná – Tem sido muito criticado o subsídio oferecido pela atual gestão para as empresas do transporte coletivo. Até o final do ano deve chegar a R$ 180 milhões, enquanto para as pequenas e microempresas foi oferecida uma garantia de crédito de R$ 10 milhões. Como a senhora vê essa questão?
Christiane Yared – Como eu não tenho amarras, nós vamos poder rever isso tranquilamente. A nossa preocupação é ter o passe livre para os estudantes do ensino médio e fundamental, para que possa sobrar mais recurso para que essa mãe, pai, possa ter o alimento na mesa, ou ter condição de pagar o remédio. Estar junto com o governo federal e estadual nos fortalece. Nós temos que ver que vivemos uma política diferenciada. O mundo inteiro está mudando. Não ser de esquerda ou direita, mas ser povo, ser aqueles que nos elegem. Porque nós precisamos trazer os recursos para o município. E é impossível ter as portas abertas quando a ideologia fala mais alto que o interesse da população. E eu tenho essa preocupação porque quem me elegeu são pessoas que acreditam em mim, e poderão votar em mim para a prefeitura têm a mesma visão. Nós temos que estar com o governo federal, estadual, andarmos juntos. Nós precisamos ter essa visão moderna da política de governar para a população e não para ideais partidários.

BP – O próximo prefeito assume em janeiro e em fevereiro já tem o reajuste dos salários dos motoristas e cobradores de ônibus e da tarifa. Como a senhora pretende administrar essa questão?
Yared – Como eu não tenho amarras, eu não trabalho com empresários. Meu fundo eleitoral é limpo e transparente de onde virá o dinheiro para a minha campanha. Eu não tenho empresários, bancos me bancando. Sou absolutamente livre. Para poder estudar todo esse processo e ver o que é melhor para a cidade. E se há possibilidade de termos passe livre para os estudantes, por que não? Eu tenho a liberdade de assumir esse compromisso com a população. Nós vamos fazer o que é melhor para a cidade. Sou curitibana, nasci daqui. Vou fazer 60 anos. Participei de todas as campanhas, o que deu certo o que não deu certo. Sou mãe, fui empresária há 40 anos. Sei como gerir. Sei que para ter uma receita boa tem que ter uma base. A sociedade e a população de Curitiba já compreende que vivemos um momento ainda de pandemia. Então nós precisamos o cuidar do ser humano. Essa coisa do toma lá dá cá, prometer cargos, secretarias, eu estou livre. Não tenho nenhum cargo indicado no governo federal. Eu posso sim, fazer uma gestão transparente, diferenciada, que é o mote da campanha. É o menos concreto e mais afeto.

BP – A atual gestão tem promovido a terceirização de serviços de saúde. A senhora pretende manter ou rever essa política?
Yared – A gente vai ter que analisar isso. Vamos ter que reavaliar essa situação para ver o que é importante. Nós temos aí toda essa questão da terceirização, até que ponto isso é importante. Mas o que mais pega realmente é a questão dos comissionados. É uma quantidade muito grande de comissionados. Onde boa parte dessa receita a gente não consegue retornar à sociedade. Valorizar os funcionários de carreira. Tenho certeza que dá para fazer uma gestão muito bonita. Esse plano de cargos e salários também é muito sério. Temos que reavaliar. Resgatar isso. Tenho uma visão mais humana da cidade. Pelo fato de ser mãe também. Sou pastora, mas posso dizer que no céu não tem placa de igreja. Que quando se vai gerir algo para uma população isso tem de ser de inclusão, porque Deus é de inclusão.

TRÂNSITO
‘Radar não pode ser uma arapuca’

Bem Paraná – A senhora integra a base do governador Ratinho Júnior, cujo partido, o PSD, decidiu apoiar a reeleição do atual prefeito? O que achou dessa decisão? Espera neutralidade do governador na campanha?
Yared – Não me preocupa isso. O governador é um homem experiente, sabe muito bem o que faz. Tem a sua posição política. E sinceramente, é um bom amigo. Estou bem tranquila. Meu partido, o PL, fizemos uma composição com o PROS. Somos partidos que têm uma visão diferenciada da política. A maneira de eu agir é muito acima de uma visão partidária. Todo o meu trabalho na política foi direcionado a atender a ponta: a população. Eu tenho uma visão, como a grande maioria das mulheres, que é essa visão de nação, do incluir, do trazer. A gente sabe que o homem tem uma visão territorial. Mas eu tenho essa visão de inclusão. A posição do governador não me incomoda. Ele é livre, pode fazer o que quiser. E lógico, nos honraria o apoio do governo do Estado. Mas ainda sou base do governo do Estado e do federal e isso me permite ter as portas abertas, ganho força com isso, e o posso fazer a diferença.

BP – A senhora foi eleita sob a bandeira do combate à violência no trânsito. Mas nós tivemos, nos últimos anos, a reversão de várias leis mais restritivas. Como a senhora vê esse afrouxamento?
Yared – Esse afrouxamento, essa flexibilidade das leis, o que muitos congressistas quiseram trazer é a questão da modernidade. Temos que lembrar que foi aprovado agora projeto que eu apresentei em 2018, que o senador (Fabiano) Contarato (Rede/ES) conseguiu colocar dentro do novo Código de Trânsito, que se você beber e causar morte ou lesão, não tem pena alternativa. Você ficará preso. Isso foi um avanço. Na questão dos radares o que nós vemos que a população questiona, muitas vezes, os radares móveis, que não são identificados. A função do radar não é punir, é mostrar que naquela via é necessário reduzir a velocidade porque você pode causar um acidente, se machucar ou machucar alguém. Por isso que o radar tem que ser sinalizado, não pode estar escondido, não pode ser arapuca. A questão da indústria da multa. Nós conseguimos fazer no Congresso que toda empresa que trabalhe com os radares, ela não possa cobrar por multa aplicada, mas por serviço aplicada. Isso também é um avanço.

BP – O presidente Bolsonaro tem se colocado sempre na defesa do afrouxamento das leis de trânsito. O que a senhora acha isso?
Yared – Ele fez uma promessa de campanha. Eu sou parte dos vitimados do trânsito. Tenho uma visão diferenciada. Quem nunca perdeu no trânsito tem até uma visão lúdica. Também compreendo que é necessário educar, fiscalizar e depois punir. Consegui aprovar agora uma emenda de R$ 100 milhões para que a gente possa ensinar educação no trânsito nas escolas. Eu vejo essa visão do presidente Bolsonaro é a visão mais lúdica de quem nunca perdeu no trânsito e que ele fez uma promessa de campanha e precisou dar uma resposta. Nós da comissão do Trânsito vimos uma outra situação. Nós entendemos que 40 pontos na carteira para quem nunca cometeu uma infração, é possível. Se você tem uma infração gravíssima, terá 30 pontos. Se tiver duas, volta aos 20 pontos. Fizemos com que fosse retirada essa concessão. O trânsito é para quem pode dirigir. Precisa ter a idade e as condições. Por mais que tivéssemos que flexibilizar algumas situações, conseguiu manter o núcleo dúreo, a questão da cadeirinha, tivemos avanço na questão da educação do trânsito. Até agradeço o presidente Bolsonaro porque ele nos permitiu trazer à pauta o trânsito. Que é muito indigesto para as pessoas. É a saúde pública, previdência. Nós temos de cada dez leitos, sete ocupados por acidentes de trânsito. Temos o estrangulamento do Judiciário por causa do acúmulo de processos. Há uma desestruturação familiar quando essas tragédias atingem as famílias. Ninguém gosta de falar de trânsito. Pode ver que temos poucos deputados federais que empunham essa bandeira. E é sempre muito difícil porque o trâmite dos projetos é muito longo.

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23 COMENTÁRIOS

    • bem mal informado! ela so se candidatou 5 anos apos a morte do filho e antes de matarem ele comandava una das melhores confeitaria da cidade, ai eu pergunto, PQ ELA QUER MAIS DINHEIRO??? procure se informar melhor, é bom pesquisar sobre os candidatos antes de falar bobeira!

    • Usou a “tragédia” para conseguir melhoria no trânsito e assim diminuiu 40% das mortes em Curitiba. Ela está dando a chance que não teve com seu filho.

  1. Engraçado, quer cortar cargos comissionados, mas o marido já trabalhou até na Itaipu, quando ganhou a primeira eleição para Deputada Federal, conhece e gosta do caminho. E agora o filho se candidatando? Aprendeu a gostar de dinheiro fácil, né? Que vergonha.

  2. Ela não usa o filho dela para se promover mas ele é o motivo pela qual ela está na política hoje e tendo a oportunidade de lutar e salvar milhares de vidas como está fazendo desde 2010 com o projeto Paz no trânsito salvando mais de 40% de vidas. Sem dúvidas terá o meu voto de confiança!! #chegadosmesmos

  3. Além de propostas sensatas e reais, é uma excelente representatividade feminina para nossa Curitiba!
    #22
    #mulheresnopoder

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