O jornalista Aroldo Murá conta que uma das informações mantidas a sete chaves na Prefeitura de Curitiba envolve a chamada “segurança” do prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo. Nada transpira sobre quantos guardas e viaturas ficam à disposição do alcaide, para fazer segurança patrimonial – de sua chácara em Piraquara – e dele pessoalmente, além do apartamento na Vicente Machado.
Na GM nada se informa, assim como no Gabinete do prefeito, mas uma fonte admite: “São mais ou menos 30 homens e mulheres e umas cinco viaturas, que cuidam também do edifício em que o prefeito mora”.
Tudo isso é muito claramente marca do país subdesenvolvido que é o Brasil. Na Dinamarca, por exemplo, o primeiro ministro dirige seu próprio carro e sem guarda-costas.
Essa situação de exagero com segurança, sem valorizar custos, resulta que, mais cedo ou mais tarde, a prefeitura poderá pagar alguma indenização por tantas despesas.
E há antecedentes: em 1996 (leia notícia da Folha de Londrina, abaixo) dois jovens seguranças de Greca, parte de um fechado grupo de 12 GMs que cuidavam de protegê-lo e ampará-lo, e animá-lo em folguedos como esportes e banhos na piscina, na Chácara, 24 horas por dia, acabaram morrendo depois da festa natalina promovida pelo alcaide.
Greca prometeu todo amparo às famílias de Renato Favorito e Savaget Carneiro Neto que, no entanto, tiveram de ir à Justiça para terem seus pleitos atendidos.
SEGURANÇA PRIVILEGIADA
Esse episódio das mortes dos dois Guardas Municipais, fieis servidores 24 horas por dia ao alcaide de 1996, indica a velha preocupação de Greca de Macedo com “segurança”. Um caso no mínimo patológico”, observa o psiquiatra SDFG.
Já nos anos 1990, quando prefeito de Curitiba, ele gozava do privilégio de ter seguranças da guarda municipal, lotados em três endereços particulares: Na residência dos seus pais, na Avenida Inácio Lustosa, no seu apartamento na Avenida Vicente Machado, e na Chácara da família na cidade de Piraquara.
DOS BASTIDORES
Contam os bastidores do palacianos que esta realidade não mudou, com exceção da residência dos seus falecidos pais, os demais endereços continuam com o privilégio da segurança elitizada da guarda municipal, vinte e quatro horas por dia. Seriam 30 guardas a serviço do alcaide? “Não há exagero na estimativa, conhecendo-se as manias de grandeza da chamada primeira dama e do alcaide,” observa uma veterana senhora da GM, que pede: “Não me cite, nunca”.
O curioso é que mesmo quando Rafael deixou de ser prefeito, por quase 25 anos, sempre contou com a segurança da Guarda Municipal, tendo ao seu lado o GM Lass, que, liberado pela PMC, o seguiu junto a Assembleia Legislativa, ao Ministério do Esporte e a Cohapar. Lass ficou conhecido pelo apelido de Terceira Perna, sabe-se lá porque…
O guarda, inexplicavelmente, foi defenestrado este ano do Gabinete, e lotado na Regional da Boa Vista. No inicio da atual gestão do prefeito Greca, estava, na função de motorista e recebia o salário superior ao de secretário municipal, pago pelos cofres da prefeitura?
O que se sabe é que Lass ainda ganha uma fortuna da prefeitura: R$ 21.400 mensais. As línguas afiadas do Palácio 29 de Março arriscam um palpite sobre a saída de Lass do aprisco do alcaide: “Foi intriga do Lucas…” Pode ter sido.