Denise Rothenburg informa que o presidente Jair Bolsonaro confidenciou a amigos que não tem pressa em escolher uma legenda, caso o resultado da crise do PSL lhe seja desfavorável. A avaliação dos bolsonaristas hoje é a de que o atual presidente do partido, Luciano Bivar (PE), só perde se quiser. Ele tem o controle da legenda, do conselho de ética e também de outros colegiados decisórios.
Bivar, aliás, repete o que fez outro pernambucano, quando confrontou filiados. No final de 2013, assim que começou a montar sua pré-campanha a presidente da República, o então governador Eduardo Campos levou vários deputados para o PSB. Depois, com a sua morte, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, encontrou um jeito de tirar os “liberais” da legenda. Quem votasse a favor da reforma trabalhista, por exemplo, seria punido. Foi o caso da atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Agora, a história se repete no PSL.
Bolsonaro considera que só precisa definir um novo partido quando faltar um ano para a eleição. Assim, se o governo estiver bem, terá um leque imenso para escolher.
O presidente não está contando, entretanto, com as manobras dos partidos médios. Como antecipou ontem esta coluna, tem um grupo interessado em transformar a janela dos vereadores, que estará aberta no ano que vem, na única possibilidade de troca de legenda antes das eleições de 2022.