O movimento “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro – Curitiba” realiza amanhã, às 15h, com concentração na Boca Maldita e término na Praça Santos Andrade, ato contra o que o grupo chama de “retrocessos do atual governo”.
O evento acontece um ano após a maior manifestação de rua organizada por mulheres no Brasil, o “#elenão”, e acompanha a série de protestos confirmados em várias capitais do país para o fim de semana.
Manifesto do Mucb Curitiba
Por Is Ribeiro*
Após um ano de eleição e 9 meses de governo, vemos um aprofundamento das desigualdades sociais e uma crise na garantia de direitos individuais e coletivos por meio da implantação de uma pauta neoliberal que promove o estado mínimo, com desmonte nas políticas públicas, destruição do sistema previdenciário e dos direitos trabalhistas no Brasil. Trata-se de uma pauta recessiva, que inviabiliza a construção de um futuro igualitário.
Combinada a essa, vemos a implantação de uma pauta neofascista, em que os direitos individuais e coletivos relacionados ao exercício da cidadania, a garantia da dignidade e promoção de direitos humanos vem sendo atacados de forma sistemática. O Estado brasileiro vem sendo desmontado, o que possibilita a intensificação das violações, e o retrocesso nos avanços alcançados nos anos anteriores.
A necropolítica como instrumento estatal vem exterminando nossos jovens, especialmente os negros e pobres, pelas mão daqueles que deveriam manter a segurança. Na retomada do discurso de um suposto progresso, exterminamos nossos indígenas e destruímos o meio ambiente. No discurso violento que atravessa o governo, ampliamos o feminicídio e a LGBTIfobia.
O desmonte da educação e da cultura, por meio da redução de investimento, parcerias com a iniciativa privada e a instalação da CENSURA, procura, para além de nosso corpo, destruir nossa alma!
Neste momento, não é difícil encontrar aquilo que nos une. Todas essas questões estão relacionadas e precisam ser capazes de nos mobilizar. Não se trata de um governo que pretende desmontar a educação ou destruir a Amazônia, mas sim de um governo que caminha para a destruição do Brasil, em sua totalidade. Assim, é contra esse governo, em todas as suas ações, que devemos nos levantar.
Precisamos nos lembrar de que ainda que não seja agora, um dia #EleSai, mas #AGenteFica. Ficam as mulheres, fica o povo negro, ficam as pessoas LGBTIs, ficam os indígenas, ficam os quilombolas, ficam os imigrantes, ficam crianças e adolescentes. E para nosso povo é preciso garantir que o futuro exista.
A rua hoje não pode pertencer apenas à esquerda, mas a qualquer pessoa que pense em um futuro para si e para o país!
No dia 28 de setembro, vamos juntas dizer não ao retrocesso!
*Da organização do Mucb Curitiba