Celso Nascimento informa que a ex-primeira dama Fernanda Richa pediu ao juiz da 23.ª Vara Criminal de Curitiba, Paulo Sergio Ribeiro, que anule o processo que corre contra ela por suposta participação nos ilícitos investigados pela Operação Integração que, segundo o Ministério Público Federal, renderam pagamento de vantagens pelas concessionárias de pedágio ao grupo politico liderado por seu marido, o ex-governador Beto Richa.
Na acusação, o MPF diz que recursos provenientes do esquema teriam possibilitado negócios imobiliários da empresas Ocaporã e BFMAR, das quais ela e o filho André são os principais sócios. Fernanda Richa contesta: “as mencionadas empresas foram constituídas com o fim de gerir e administrar, por intermédio de profissionais competentes na área, a herança multimilionária” que recebeu com a morte de seu pai em 1981, o banqueiro Tomaz Edison Vieira, principal acionista do extinto Bamerindus.
O “significativo patrimônio” que herdou, argumenta Fernanda, dá respaldo até hoje aos negócios que empreende. Diz ainda que o MPF não apresentou provas de que os R$ 930 mil, em dinheiro vivo, que usou para a compra de um terreno em condomínio de luxo em Curitiba, tenham origem em negócios escusos vinculados ao esquema denunciado pela Operação Integração.
Na petição que protocolou na 23.ª Vara Criminal por meio do escritório de Eduardo Sanz Advogados Associados, Fernanda se queixa também de cerceamento à defesa. Alega que não tem acesso a importantes documentos contábeis das empresas Ocaporã e BFMAR apreendidos em setembro de 2018 pelo Gaeco, quando da Operação Rádio Patrulha, e que mostrariam a regularidade das transações.