O governo concluiu o leilão de mais uma área do Porto de Paranaguá. A PAR09, de aproximadamente 26,5 mil metros quadrados, foi arrematada pelo Fundo de Investimento Q-PAR09, que deverá investir R$ 910 milhões em melhorias de infraestrutura nos próximos cinco anos. O valor de outorga foi de R$ 615 mil. A disputa pública aconteceu na B3, a Bolsa de Valores brasileira, com sede em São Paulo.
Destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais, a PAR09 fica no extremo oeste da área portuária. A área é classificada como brownfield (sem ocupação) e tem capacidade estática de 162.000 toneladas e dinâmica de 3.159.000 toneladas.
Os investimentos previstos incluem a construção de nove novos silos de armazenagem, além de investimento em área comum, como construção da 1° fase do píer “F” e estruturação de área de apoio logístico do porto. Devem ser gerados cerca de 150 empregos diretos.
Conforme estabelecido em edital, o grupo vencedor será responsável pela gestão pelos próximos 35 anos. A ata de julgamento da documentação de habilitação da empresa vencedora deverá ser publicada no começo de 2024. A assinatura do contrato com o grupo também será no primeiro semestre do ano que vem.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que acompanhou o leilão presencialmente, comemorou o resultado, que marca a quinta área do Porto de Paranaguá concedida à iniciativa privada desde 2019. “Os portos do Paraná têm batido recordes seguidos de eficiência e foram reconhecidos por quatro anos seguidos como a melhor gestão portuária do Brasil. Essas concessões estão trazendo investimentos para áreas ociosas e ajudam a fortalecer a economia do Paraná”, disse.
A licitação foi conduzida pela própria Portos do Paraná, através da Comissão de Licitação de Áreas Portuárias (CLAP), diante das competências delegadas pela União em agosto de 2019. O Paraná foi o primeiro estado a receber autonomia para administrar contratos de exploração de áreas dos portos organizados. O leilão também contou com apoio do Ministério de Portos e Aeroportos e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Segundo o representante do Fundo de Investimento Q-PAR09, Maurício Silveira, o arrendamento da área, que é a segunda que o grupo administrará – a outra fica no porto de Vitória, no Espírito Santo – representa uma grande oportunidade de negócios. “É uma satisfação poder participar de mais esse investimento no setor portuário. Identificamos uma ótima oportunidade para atuar em Paranaguá, onde há uma grande de demanda por parte dos operadores, com um investimento relevante para a cidade e para o Estado”, complementou.
O diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, disse que o Paraná tem sido um exemplo no segmento. “A Portos do Paraná tem sido uma referência em gestão portuária e o apoio que o governador Ratinho Junior tem dado para a gestão do presidente Luiz Fernando Garcia é essencial para os resultados que têm sido apresentados”, enfatizou. “Estes leilões são o resultado dessa integração bem construída entre União e estados”.
LEILÕES – Segundo o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, os leilões dão maior segurança jurídica e operacional para o porto por conta dos investimentos nas áreas pelas empresas vencedoras. Outra vantagem é que, desde 2019, o porto passou a receber os valores dos lances vencedores, que até então eram direcionados para o governo federal.
A primeira área a ir a leilão, em 2019, foi a PAR01, arrematada pela Klabin. O novo armazém já está em operação e fica em área de cerca de 27,5 mil metros quadrados no cais do Porto de Paranaguá, com conexões viárias e ferroviárias e capacidade de movimentar até 1,2 milhão de toneladas de celulose por ano.
A PAR12 foi arrematada em dezembro de 2020. O lance vencedor, de R$ 25 milhões, foi da Ascensus Gestão e Participações. A área tem 74,1 mil metros quadrados, com capacidade estática para 4 mil veículos. A construção está em andamento e a previsão é que as operações iniciem no primeiro semestre de 2023.
No início de 2022, a PAR32, uma área de aproximadamente 6,6 mil metros quadrados destinada à movimentação de carga geral, em especial açúcar ensacado, foi arrematada pela FTS Group. O último leilão tinha acontecido em fevereiro, a PAR50, destinada à movimentação e armazenagem de granéis líquidos, também arrematada pela FTS Group, com obrigação de R$ 338,2 milhões em obras.