* Ney Leprevost
Com todo respeito que tenho pelo prefeito e sem deixar de reconhecer as ações positivas da sua gestão, preciso contestar este aumento na passagem de ônibus.
É um erro, e grave.
O mês tem 22 dias úteis pra quem trabalha só de segunda a sexta.
Se a pessoa utilizar uma passagem para ir ao seu trabalho e outra para voltar pra casa, irá gastar 22 x 12 reais, o que dá 264 reais. É mais do que 10% da renda média do brasileiro. Não há quem aguente. Ficou muito pesado!
Um peso absurdo pra quem custeia seu próprio transporte e imenso para os empresários que arcam com o vale transporte dos seus funcionários. O excesso de encargos gera desemprego e desestimula novas contratações.
A prefeitura tem dinheiro em caixa, poderia tranquilamente subsidiar uma parcela um pouco maior do que o valor que paga por passageiros as concessionárias de transporte coletivo, mantendo ou até reduzindo o preço cobrado do cidadão e devolvendo ao contribuinte um pouco do que arrecada com os impostos.
Mas não é só isto! As empresas de ônibus de Curitiba já operam no vermelho. Com este aumento a tendência é diminuir a demanda de passageiros e consequentemente a oferta de veículos a disposição nos pontos de ônibus.
O transporte coletivo de Curitiba é tocado há décadas por famílias de gente trabalhadora, a maioria descendentes de italianos, pessoas que começaram no ramo com empresas pequenas e que em uma grande revolução urbana liderada por Jaime Lerner, com colaboração de Carlos Ceneviva e depois de Fric Kerin, Euclides Rovani e outros técnicos da melhor qualidade, construíram o melhor sistema de transporte do Brasil.
Nos últimos anos os avanços já não são tão ousados como no passado. Andar de ônibus ficou muito caro. Os aplicativos de transportes fazem concorrência. As empresas perderam clientes e com isto a capacidade de fazer grandes e novos investimentos.
Quanto menos gente utilizando o transporte coletivo, mais carros no trânsito. Mais poluição, mais acidentes e mais gente multada pelos centenas de radares eletrônicos espalhados pela cidade, em cada rua com uma velocidade máxima permitida diferente da outra, dando a impressão que o objetivo mesmo é mais arrecadar do que prevenir desastres.
É chegada a hora de inovar. Com diálogo construtivo entre a prefeitura, as empresas, a sociedade e os usuários do transporte coletivo, é possível encontrar uma solução. Existem opções. Uma delas seria o pagamento as empresas por quilômetro rodado, outra, aparentemente utópica, mas nem tanto, seria Tarifa Zero, com transporte público gratuito universalizado. Para isto seria necessário desembolsar do caixa da prefeitura pouco mais de 1 bilhão por ano, o que corresponde a menos de 10% da arrecadação do município.
A criação de novos modais também não pode ser descartada. O metrô é um sonho que parece já ter sido enterrado. Mas um monorail implantado e operado pelas próprias concessionárias de transporte público da capital é uma ideia a ser debatida.
Curitiba tem técnicos competentes, empresas que sabem operar transporte melhor do que qualquer concorrente no Brasil e dinheiro em caixa. É necessário vontade política e criatividade para proporcionar a nossa gente transporte público seguro, eficiente e com preço baixo ou até gratuito.
* Ney Leprevost é deputado estadual e administrador de empresas, com MBA em Gestão Pública e Administração de Cidades pela UNINTER.
Quanta baboseira escrita de uma só vez.
Ney vc é muito burro!!!
Quem paga a passagem do trabalhador é o empregador.