O poderoso jornalista político Aroldo Murá conta que a sanha arrecadatória dos radares e a mudança geral da sinalização nas ruas da cidade chamam a atenção de vários membros de órgãos de controle para a indústria da multa. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) detém vários procedimentos que já acompanhavam as contratações feitas na Capital paranaense e de cidades do interior.
Aqui em Curitiba o que mais chama a atenção é o sigilo que os processos da Prefeitura de Rafael Greca dão ao assunto radar e fábrica de multas; isso, o clima de segredo, levou a desconfiança de vereadores que estão preparando ações visando a busca de transparência dos processos que apuram irregularidades.
– Só não conte com o pessoal do NOVO, para a investigação. Eles foram cooptados pela máquina do prefeito Greca de Macedo, assegura um vereador que não dobra a coluna às benesses da prefeitura.
INDÚSTRIA DA MULTA (2)
No interior o que vem chamando a atenção é a licitação de R$ 33.098.428,80 (milhões) dos radares de Cascavel (ABERTURA DO DIA). Sobre o assunto, uma grande empresa de São Paulo, resiliente em denunciar editais no Paraná, levanta questionamentos sobre o procedimento. As dúvidas refletem condições não republicanas do edital de Pregão 04/2022 o qual está prestes a abrir.
Mas, qual o pecado identificado naquele edital?
Segundo técnicos de uma grande empresa de tecnologia de SP, ouvidos hoje por este site, a forma que o edital foi montado promove o direcionamento a uma antiga Contratada do Município. Ocorre, curiosamente, que essa antiga contratada detém, com exclusividade, o equipamento de fiscalização eletrônica para detecção de infração por excesso de velocidade do tipo portátil e/ou estático, com sensor óptico laser (esse modelo só ela detém).
Quem analisa o contrato verifica que se trata de lote único, e assim, devido a essa inserção, direcionam-se todos os demais itens apenas para o possuidor desse equipamento. Em Cascavel, optou-se por licitar diversos e diferentes tipos de equipamentos em lote único, restringindo as empresas que eventualmente não produzem apenas um dos equipamentos.
Segundo um engenheiro que domina o assunto, “a possível vencedora será uma empresa que foi campeã em Curitiba”. A dica do engenheiro é que tal empresa juntou documentos do Município de Cascavel para fins de classificação em Curitiba. Segundo o técnico, as palavras que indicam o possível vencedor são Fiscalização com Tecnologia!
Em Curitiba uma empresa paulista, muito lutadora, impugnou a licitação; talvez em Cascavel o caminho será o mesmo.
O fato já deve estar no radar do Ministério Público, que tem acompanhado com “devoção” essas “curiosas” realidades dos radares de Curitiba e Cascavel. Tudo parte de uma ampla proposta, a da “indústria da multa”.