Paulo Cappelli e Natália Portinari informam no jornal O Globo que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revela um depósito de R$ 125 mil feito em março deste ano por um agricultor paranaense ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), dono de um patrimônio de R$ 5,5 milhões e investigado pela CPI da Covid. Perguntados sobre a transferência, eles apresentaram versões diferentes sobre detalhes da transação.
Morador de Maringá, reduto eleitoral de Barros, o agricultor é João Beraldo. Embora se diga “pobre”, ele admite o repasse ao deputado. Beraldo conta ter sido procurado por um interlocutor de Barros, alegando que o político estaria passando por um “aperto”. O parlamentar, por sua vez, afirma ter telefonado diretamente para Beraldo. O levantamento do Coaf está em posse da CPI.
De acordo com o agricultor, Barros está lhe devendo até hoje:
— Uma terceira pessoa me pediu (que emprestasse o dinheiro a Barros), e eu emprestei. Não quero falar o nome dessa pessoa. Disseram que era um aperto, que ele (Barros) estava precisando do dinheiro, e eu emprestei. Não recebi até hoje. Ele deu prazo de 30 a 40 dias para pagar e não pagou. E está prorrogando, diz que vai pagar mais para frente. Não tenho nada a esconder. Não tenho contato com Barros, não tem conversa com ele. Não falo com ele nem por telefone. Falei por telefone uma vez só, sobre outro assunto, e nunca mais falei — disse Beraldo ao Globo. Leia mais (para assinantes).