O jornalista Aroldo Murá conta que Dona Matilde da Luz tem observado: não importa o dia ou hora, o prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo faz uma ligação que é quase que obrigatória. Sempre arranja um jeito de falar com a jornalista Mônica Santanna, sua antiga secretária de Comunicação e ‘eterna’ assessora de crise e de imprensa. Seja em conversas amenas ou pedindo orientações, Greca faz questão de manter Mônica informada da rotina da Prefeitura, para quando necessário, ela o ajude em crise de gestão ou na comunicação.
Apesar de ter saído da Prefeitura, Mônica continua, assim, exercendo influência na gestão, orientando secretários a melhorar o relacionamento com o prefeito ou mesmo corrigindo o rumo das narrativas do alcaide. Tarefa quase impossível, dados os faniquitos que caracterizam Greca ao enfrentar situações que não sejam as de festança.
O componente emocional que comanda a palavra e muitos atos do alcaide exige, como diz Dona Matilde, “alguém com o faciens de psicólogo. Ou até mesmo psiquitra para enfrentá-lo… Ele tem um comportamento mesmo público de ‘enfant gaté”” Apoiando-se em Mônica, Greca, evita problemas futuros, causados por falas desnecessárias ou prejudiciais a imagem do alcaide. Ou também orienta nas campanhas publicitárias da Prefeitura.
Mônica, que sempre foi um considerada uma das mais competentes de gestoras de crise de imagem e de reputação do Sul do Brasil, saiu da prefeitura como uma referência na gestão da máquina pública municipal. Por isto tem sido tão procurada pelo prefeito.
COLISÃO COM RATINHO
Recentemente organizou a estratégia para acalmar a crise da falta da vacina, que estava colocando Greca em colisão com o governo Estadual. Sobrou para os secretários de Saúde de Curitiba e do Estado, em que a culpa caiu sobre os egos da Marcia Huçulak e do Beto Preto.
Egos que não são pequenos e que precisam se alimentar a toda hora; ou quando criou a estratégia para blindar o prefeito quando ele voltou do hospital. Ainda que haja no posto uma secretária Municipal de Comunicação Social, Cinthia Guenguini, é na Monica que o prefeito e secretários confiam.
Guenguini é considerada dentro da administração de Curitiba como uma pessoa “legal”ou “bacana”. No entanto não há grandes elogios a sua ação como secretária. Ela tem respeito dos meios jornalísticos, no entanto. Com mais experiências e com habilidade em lidar com o Greca, Mônica continua projetando a sua sombra sobre a atual detentora da pasta.
Cinthia tem um perfil mais conciliador e mais subserviente ao prefeito, atendendo todas as suas vontades, sem contrapor de forma técnica. Já a Mônica foi uma das poucas pessoas na vida que confrontou a chamada primeira-dama, Margarita, que os mais maldosos teimam em chamar de Aranha Marrom.
Desse embate, Mônica saiu ilesa, “sem mordidas ou veneno nas veias”, como me garante um antigo funcionário, muito conhecedor de Infdormática e História do Paraná, que ‘sobrevive’ no chamado Palácio 29 de Março com cargo em comissão. Aos atentos na Câmara Municipal de Curitiba, volta e meia surge a questão do porquê a Mônica saiu da Prefeitura.
A resposta é dada por um vereador mais experiente da casa. “É difícil aguentar a loucura dos menudos, a irritabilidade da Aranha Marrom , os puxa-sacos do prefeito e os xiliques de Greca. Isto cansa até a Madre Teresa de Calcutá. Imagina a Mônica quanto a Mônica teve que aguentar”, cravou o legislador, com isso tentando explicar a saída da jornalista.
Mas há outra versão, dada por outro servidor antigo da Prefeitura: “Mônica seguiu a dica de Giovani Gionédis e pulou fora assim que pôde”, disse. Conta a lenda que quando um amigo de Gionédis pede conselho, antes de tomar um cargo público, ele aconselha: “cuide de seu CPF, porque, depois que sujou, fica complicado limpar”. Talvez por isto Mônica tenha saído. Virou a “ Giovani Gionédis de saia” e pode dar pitacos na administração sem ter que assinar nada e sujar seu CPF.
Dá pitacos e continua recebendo, será?
Ninguém trabalha de graça