Um dia após o grave acidente entre um trem e um micro-ônibus em Curitiba, que causou uma morte e deixou cinco pessoas feridas, o projeto de lei de Fernando Francischini que prevê a retirada dos trens de carga das áreas urbanas no Paraná entrou em pauta na Assembleia Legislativa.
“Um projeto que atende um assunto do momento. E para tramitar precisamos de um parecer da Secretaria de Infraestrutura e Logística, o prazo é de 30 dias, mas pedimos que a resposta venha o mais rápido possível”, solicitou o relator Paulo Litro.
O pedido recebeu respaldo do líder do governo Ratinho Junior, deputado Hussein Bakri, que se comprometeu com a celeridade na resposta estatal para dar andamento ao projeto. “Parabenizo o Francischini pela iniciativa e queremos a resposta em um tempo menor”, afirmou.
Acidentes com trens em Curitiba cresceram 30%
O acidente desta semana envolveu um trem e um micro-ônibus no bairro Cajuru e vitimou Sirlei Mendes dos Santos, de 41 anos, além de deixar cinco pessoas feridas aumentando uma grave estatística no estado e especialmente na capital.
“Esse acidente só comprovou a nossa preocupação com esse problema antigo. Infelizmente mais uma vida perdida. A linha férrea é uma cicatriz que corta Curitiba e outras cidades”, lamentou Francischini, que havia apresentado o projeto no início de setembro.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, Curitiba registrou 17 acidentes envolvendo trens em 2020. Isso significa um aumento de 30% nesse tipo de acidente na comparação com todos os meses de 2019. Só em setembro deste ano, foram cinco acidentes com trem.
A proposta de Francischini – também assinada pelo delegado Jacovós – cria diretrizes para futuros contratos de concessão da linha férrea, que devem prever desvios dos trens de carga dos centros das cidades no estado.
Linha Amarela terá veículos leves sobre trilhos (VLT)
Além do projeto como deputado, Francischini desenvolveu uma alternativa para substituir a linha férrea que corta Curitiba. Uma das propostas centrais para a mobilidade em seu plano de governo como candidato a prefeito de Curitiba é a criação da Linha Amarela. Os trens de carga serão substituídos por veículos leves sobre trilhos (VLT).
“Uma nova opção logística com mais segurança e qualidade para o transporte público. Vem de Almirante Tamandaré e vai desafogar o trânsito de vias importante como a Mateus Leme e a Anita Garibaldi. Diminui a quantidade de carros e ônibus naquele eixo, garantindo mais agilidade para os curitibanos”, explicou Francischini.
A Linha Amarela contará ainda com sistema viário completo. Pistas de rolamento, ciclovias e calçadas, transformando todo o ambiente urbano de forma integrada, iluminada e segura. Pelo projeto, o desvio do trem será feito pelo Contorno Sul.
