Anderson Gonçalves na Gazeta do Povo conta que em 2012, quando se reelegeu prefeito de Pinhais, na região metropolitana, Luizão Goulart atingiu o maior índice de apoio nas urnas do país: 94% dos votos válidos. Professor Luizão, como é conhecido, se elegeu deputado federal em 2018, recebendo 35 mil votos em Curitiba. A aprovação histórica na gestão no município vizinho, aliada à popularidade alcançada na capital, fizeram com que ele decidisse se apresentar como o candidato do Republicanos à prefeitura em novembro.
“Fui presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana, mantendo relação direta com a prefeitura de Curitiba e discutindo questões que também afetavam a cidade”, diz Luizão à Gazeta do Povo, ao comentar a decisão de concorrer ao governo municipal. Entre as prioridades, ele aponta a “profissionalização” da gestão, enxugando a estrutura e reduzindo gastos, e maior integração com a região metropolitana. “É preciso pensar Curitiba como uma metrópole, uma cidade que funciona de forma integrada com a região”, defende. Confira a entrevista.
O senhor construiu toda sua carreira política em Piraquara e Pinhais. O que levou-o agora a disputar a prefeitura de Curitiba?
Quando eu vim do interior, de Jandaia do Sul, em 1978, vim com a minha família para Curitiba, foi onde consegui meu primeiro emprego, onde fiz faculdade. Depois passei a trabalhar em Pinhais como professor, fui vereador e prefeito, exercendo dois mandatos na administração municipal e terminando com uma aprovação de 94% da população. Nesse período também fui presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana, mantendo relação direta com a prefeitura de Curitiba e discutindo questões que também afetavam a cidade. Em 2018, quando fui eleito deputado federal, tive uma boa votação em Curitiba. Então, com toda essa experiência e esse conhecimento, vejo que posso contribuir ainda mais e disputar a prefeitura.
Curitiba tem uma população dez vezes maior que a de Pinhais e, por consequência, uma administração bem mais complexa. Que tipo de experiências e projetos da sua administração podem ser replicados ou servir de modelo para a capital?
Existem diversos projetos que implantamos em Pinhais e que podem ser aplicados em Curitiba. O primeiro deles é a profissionalização da administração e a otimização dos serviços. Fizemos uma gestão voltada à profissionalização, com servidores focados na melhoria do serviço público, no desenvolvimento de projetos e na economia de recursos. Entendo que é necessária uma reestruturação da administração, com o enxugamento da máquina pública, os servidores nos lugares certos, com focos e objetivos bem definidos. Na infraestrutura, procurei olhar a cidade como um todo, atento aos problemas em cada canto. Eu pretendo olhar para os 75 bairros de Curitiba, sem dar mais atenção a determinada regional. Todas são importantes e têm problemas para serem resolvidos. Na educação, implantamos ensino em tempo integral, reforço escolar, trabalho de prevenção para tirar a molecada da rua e dar oportunidades, queremos implantar esse modelo em Curitiba. É preciso pensar Curitiba como uma metrópole, uma cidade que funciona de forma integrada com a região. Existem questões como o transporte coletivo, a infraestrutura viária, que não podem ser pensadas de forma isolada.
Como o senhor avalia a integração de Curitiba com a região metropolitana e de que maneira ela pode ser aperfeiçoada?
Infelizmente, o que eu tenho percebido é que os prefeitos de Curitiba têm dado as costas para a região metropolitana. Um exemplo são as ações tomadas durante a pandemia. Os prefeitos da região decidiram trabalhar em conjunto, se reuniram e definiram uma série de ações. Eles combinaram uma coisa, a prefeitura de Curitiba fez outra. Não pode ser assim. É preciso que haja um trabalho conjunto entre todos os prefeitos, uma discussão permanente. Assim, otimizamos as ações, resolvemos os problemas de forma conjunta e não ficamos batendo cabeça. É bom para os gestores, para a população de Curitiba, dos outros municípios, é bom para todo mundo.