Cotado como um dos potenciais pré-candidatos a prefeito do MDB de Curitiba, o Bem Paraná entrevistou o ex-deputado federal e presidente estadual do partido, João Arruda critica a forma como a gestão Greca está lidando com a pandemia do Covid-19. Para ele, a crise sanitária expôs a fragilidade e a precariedade dos serviços de saúde da Capital paranaense. Segundo Arruda, a falta de planejamento e capacidade de decisão ficou evidente no vai e vem do “abre e fecha” do comércio, que agravou a crise econômica que atinge, principalmente pequenas e microempresas.
“Hoje nós vivemos os momentos mais graves relacionados à pandemia. Falta posição. Para o prefeito e o governador também. Esse vai e vem nas decisões têm prejudicado muito a economia da cidade e também a proteção do cidadão. Uma hora fecham as academias, são pressionados, eles abrem. Esse abre e fecha é uma loucura. Fecharam muito cedo”, diz o emedebista. “Não se tem um planejamento para a cidade a longo prazo. A gente enfrenta uma pandemia. Expõe muito as fragilidades. Expõe a saúde precária. A educação também. Serviço público de modo geral”, avalia.
Na opinião de Arruda, Greca se guia muito mais por questões eleitorais do que por embasamento científico no enfrentamento da pandemia. “Ele (Greca) se negou a fazer hospitais de campanha. Disse que não era necessário. Agora estamos vivendo o pior período. E isso se mantém. Ninguém quer assumir o desgaste do isolamento, do fechamento. Mas isso poderia ser tratado com muito mais inteligência. A decisão era ou fecha tudo ou abre tudo. Fizeram um decreto burro, fecha tudo, começaram a apanhar e voltaram atrás”, aponta. “Nós não estávamos preparados. O planejamento do prefeito foi completamente errado. Faltava luva, máscara, que fez com que o sindicato (dos servidores da saúde) tivesse que recorrer à Justiça”, lembra.
‘Greca segue a cartilha do Beto Richa’
Além dos problemas de gestão da pandemia do Covid-19, o ex-deputado federal João Arruda (MDB) também critica a administração Greca por repetir as mesmas práticas do ex-prefeito e ex-governador Beto Richa (PSDB), no que se refere aos contratos e relações com os grandes grupos econômicos da Capital.
“Me preocupo com essas relações contratuais, administrativas, transporte coletivo, ICI, informática e outras relações que geram questionamentos e acho que pode acontecer mais ou menos o que aconteceu com o Beto Richa no nível estadual. Eram do mesmo grupo político, e as empresas beneficiadas são as mesmas durante essa gestão”, afirma. “Ele (Beto) ganhou a eleição no primeiro turno e depois foi aquele desastre. Será que as caixas-pretas serão abertas só depois da eleição?. Acho que a gente precisa de mais transparência na prefeitura”, cobra Arruda, lembrando das denúncias de corrupção que atingiram Richa em meio à campanha de 2018, depois que ele deixou o governo para disputar o Senado. “Essa relação com as empresas do transporte coletivo é muito questionável”, aponta.
“Greca segue à risca a cartilha do político profissional. E está seguindo a mesma cartilha do Beto”, diz o ex-deputado.
Diante desse cenário, Arruda acredita que há espaço para uma candidatura alternativa à polarização entre esquerda e direita verificada nas eleições de 2018. “Acredito que há esse espaço já que todos os outros navegam nas mesmas águas. Tem um eleitorado que não se identifica com esses candidatos que estão colocados”, prevê. “Acho que a tendência é refluir (a polarização), porque o próprio Bolsonaro não tem candidato a prefeito de Curitiba. Ele não tem nem partido, no momento. As eleições municipais são menos influenciadas pelo debate nacional”, explica. “O MDB terá candidato a prefeito. O Requião, se quiser, será o candidato. Ou pode ser eu. Ou pode ser outro nome. O que nós sabemos é que teremos candidato a prefeito em Curitiba”, garante Arruda.
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