Rafael Greca gasta mais com transporte e asfalto do que com o novo plano de retomada da economia

* José Carlos Chicarelli

Um experiente padeiro disse que o prefeito fez uma receita do bolo, com muito fermento e pouco massa, para conseguir chegar ao valor de R$ 227,6 milhões a serem injetados na economia da cidade.

Para o padeiro, o prefeito quis dar uma de confeiteiro e serviu o doce que só os vereadores ficaram convencidos.

Um saladeiro colocou que o prefeito fez uma salada, misturou no molho vários ingredientes, como recolhimentos de tributos, direitos a funcionários públicos, incremento a programas já existentes, parceria com o Sebrae e até incentivos para arrecadar mais, como os valores destinados a aquisição de prêmios para a nota curitibana, só para fazer de conta o incentivo para os micros, pequenos e médios empresários.

Tantos ingredientes e o valor ficou abaixo do que a prefeitura projetou para o repasse aos empresários do transporte coletivo e para os do asfalto, que somados chegam a R$ 260 milhões.             

Vejamos os números: Greca incluiu no balaio, valores dos impostos do IPTU e ISS não pagos devido a pandemia, mas deverão ser quitados até dezembro, possivelmente para garantir recursos para o pagamento do 13 do funcionalismo, onde a prefeitura vai catar migalhas para ter recursos.

Também está incluída a renegociação das dívidas dos mutuários da Cohab-Ctba, totalizando 175 milhões.

Como ingredientes do saladão, R$ 10 milhões para o pagamento das licenças prêmios para funcionários públicos, que é uma obrigação do município.

Também apimentou os investimentos os recursos para aquisição de prêmios da Nota Curitiba para aumentar a arrecadação do município, em um total de R$ 2,6 milhões.

Outro tempero foi acrescentar um milhão de uma parceria com o Sebrae, para capacitar empresários para o comércio eletrônico, o e-comércio, com recursos da empresa de fomento – recentemente fiscais da prefeitura fecharam a loja de uma empresária de Santa Felicidade, com a justificativa que para ela vender através do “Whatsapp”, teria que ter alvará específico para comercializar online.

Na sobremesa foram computados valores de programas do governo federal e que a prefeitura já faz como subsídio para alimentação dos restaurantes populares e a contratação de profissionais para recreação e atividades em parques da cidade.

Os artistas foram lembrados para continuarem o show, mas para variar a categoria sempre é discriminada com o rapa do fundo do caixa.

Os mutuários dos mobiliários alugados da URBS terão uma redução dos aluguéis em 50%, valores que não se tem a confirmação de que não serão cobrados no futuro.

Para os empresários quebrados pela política do fecha o comérico durante a pandemia, a expectativa é de que tenham o cadastro aprovado para um financiamento, tendo a prefeitura como garantidor através de um fundo de R$ 10 milhões, porém o empresário terá que devolver o dinheiro com juros subsidiados, o que não aconteceu com o transporte coletivo.

Tudo isso faz entender que o prefeito fez este grande regabofe para no final mostrar milhões de reais, para parecer que a prefeitura injetou na economia a fundo perdido.

Mas o padeiro não acreditou!!! Apenas a base aliada do prefeito que espera usar isso na plataforma pela reeleição.

Mas, hoje, o eleitor está esperto e sabe diferenciar o certo do errado.

José Carlos Chicarelli é ex-vereador e criador da CPI da Urbs/Transporte Coletivo

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