Em 10 anos foi registrado um aumento de 60% nos casos de diabetes no Brasil. O mundo tem quase 400 milhões de diabéticos e, no Brasil, 13 milhões sofrem com o diabetes. Esse avanço de uma doença, de início assintomático, que pode ter gravíssimos desdobramentos na saúde, levam os especialistas a acreditarem que o diabetes tipo 2 será a próxima epidemia global, pelo número de novos casos e pela dificuldade no controle por uma parcela muito significativa dos pacientes, que não se submete a recomendação básica de mudança de estilo de vida, com controle rigoroso da dieta e a prática de exercícios físicos regulares.
A gravidade da situação levou o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), e os deputados Luiz Cláudio Romanelli (PSB), 1º secretário, e Dr. Batista (PMN), presidente da Comissão de Saúde, a realizar na Assembleia, nesta terça-feira (8), o 1º Seminário da Pessoa com Diabetes no País.
“O momento é oportuno para se discutir políticas públicas para a prevenção e o tratamento do diabetes. Para que nos preparemos para enfrentar essa doença que pode ter consequências tão sérias. A Assembleia, mais uma vez, está na linha de frente em defesa da saúde dos paranaenses”, disse Traiano ao abrir o seminário.
O seminário na Assembleia foi feito por sugestão da médica endocrinologista Rosângela Roginski Réa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), e contou com a presença do diretor-geral da secretaria, Nestor Werner Júnior, da presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná (COSEMS-PR), Cristiane Martins Pantaleão, da diretora do Centro de Medicamentos do Paraná (CEMEPAR), Magely de Souza Nunes, e do diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná (SBEM-PR), Cleo Otaviano Mesa Junior.
Entre os temas tratados estão “O diabetes no Brasil”, com Hermelinda Pedrosa (SBD Nacional), “O diabetes no Paraná”, com Ana Cristina Ravazzani de Almeida Faria (SESA), “O diabetes no município de Curitiba”, com Alexei Volaco (SBD Regional), e “A pessoa com diabetes e as associações de portadores”, com Maria Izabel Martins (APAD). Entre os assuntos abordados também estarão “Ações educacionais do Hospital Pequeno Príncipe voltadas à criança com diabetes”, com Donizetti Dimer Giamberardino Filho (HPP), “Educação em diabetes para a criança no Paraná”, com Suzana Nesi França (UEP) e “Projeto de educação em diabetes no Paraná 2019”, com Denise Beheregaray Kaplan (SBD Regional).
O diabetes pode ser evitado, assim como a hipertensão e o colesterol alto, desde que hábitos saudáveis, como alimentação adequada e a prática de atividade física, sejam adotados. O estilo de vida é um fator decisivo para o surgimento do diabetes tipo 2, responsável por aproximadamente 95% dos casos. No início, ele é praticamente assintomático, o que pode levar o problema a ser identificado apenas quando já começam a surgir as complicações. Quando o diagnóstico é precoce, é possível inclusive reverter a doença por meio da alimentação e da prática de atividade física.
Quando não tratada, o diabetes pode levar a complicações bastante prejudiciais à saúde, como infecções, insuficiência renal, infarto do miocárdio, derrame cerebral e doenças vasculares, como derrame cerebral até gangrena de braços e pernas. A necessidade de amputações de membros inferiores também pode ser causada pela doença. No Brasil, estimativa do Ministério da Saúde mostra que 70% das amputações de membros inferiores feitas no País está relacionada à doença.
O Dia Mundial do Diabetes surgiu em 1991 por iniciativa pela Federação Internacional do Diabetes (IDF) e Organização Mundial da Saúde (OMS) diante da preocupação com o aumento do número de diagnósticos em todo o mundo. Em 2007, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O dia 14 de novembro foi escolhido para homenagear Frederick Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da insulina em 1921.