O deputado Ricardo Arruda (PL) protocolou o Projeto de Lei 584/2024, que propõe sanções administrativas a institutos de pesquisa eleitoral. O parlamentar destaca que, nos últimos anos, diversas pesquisas apresentaram resultados que não correspondem à realidade das urnas, o que, segundo ele, pode confundir o eleitor, desestimular a participação cívica e gerar descrédito nas instituições políticas.
Para Arruda, é necessário que os institutos sejam responsabilizados por falhas na divulgação de dados eleitorais, propondo, assim, a aplicação de multas e a cassação da autorização de funcionamento para os que publicarem resultados discrepantes em relação aos números oficiais, dentro de uma margem de erro definida. O objetivo é aumentar a responsabilidade das empresas de pesquisa, que têm influência na formação da opinião pública.
“A divulgação de dados imprecisos pode distorcer a percepção dos eleitores sobre os candidatos e prejudicar o processo democrático. Ao estabelecer penalidades, promovemos um ambiente político mais transparente, onde a confiança nas instituições é prioridade”, afirmou Arruda.
O projeto também busca evitar pesquisas enganosas no Paraná, fortalecendo a credibilidade das informações eleitorais e, consequentemente, da democracia no estado.
É inacreditável como tanta gente ainda não compreende o funcionamento dos institutos de pesquisa no Brasil. Esse deputado, infelizmente, demonstra sua própria ignorância sobre o papel dessas instituições. Ele parece acreditar que o objetivo das pesquisas eleitorais é prever com exatidão o resultado das eleições, quando, na verdade, elas refletem tendências de opinião naquele momento. Gostaria de saber exatamente a qual pesquisa ele se refere, pois todas as pesquisas realizadas na véspera da eleição em Curitiba indicavam claramente que Cristina Graeml estava bem posicionada para o segundo turno.
Especialistas e críticos esperam o quê? Que as pesquisas acertem 100% dos resultados com precisão absoluta? É para isso que existe a margem de erro e a necessidade de análise das tendências. As pesquisas são uma ferramenta que ajuda a entender o cenário, mas estão longe de ser uma “bola de cristal”.
Agora, propor censura ou punição aos institutos de pesquisa revela não apenas uma visão autoritária, mas também uma incompreensão sobre o papel dessas instituições em uma democracia. Aposto que essa tentativa será barrada por ser inconstitucional. Claro que existem pesquisas mal conduzidas ou enviesadas, mas quem deve ser o censor é o próprio eleitor, que tem o direito e a responsabilidade de analisar criticamente as informações, e não os políticos ou o governo.
Ao tentar impor restrições, estamos caminhando para um ambiente de controle estatal sobre a informação, o que fere a democracia. O eleitor bem informado é quem deve tomar suas próprias decisões, e o papel das pesquisas é apenas fornecer uma ferramenta para isso, não para ditar resultados. A verdadeira liberdade está em ter acesso às informações e usá-las de forma consciente.
BAH,KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK….