O Governo do Paraná marcou presença no segundo dia do Programa de Formação de Presidentes das Cooperativas Agropecuárias, promovido pela Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná). O secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, representou o governo no evento, que reuniu líderes das principais cooperativas do estado, focando no novo ciclo de planejamento estratégico da Ocepar, o PRC300. Este plano, lançado este ano, prevê que, até 2026, as cooperativas paranaenses alcancem um faturamento anual de R$ 300 bilhões.
O encerramento do encontro, que discutiu os desafios e oportunidades para o setor cooperativo nos mercados, contou com uma palestra de destaque do ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Marcos Troyjo. O especialista, que liderou o banco do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos –, abordou as estratégias para crescimento econômico através da ampliação de mercados internacionais.
Durante sua participação, Guto Silva enfatizou a relevância da capacitação de líderes para o progresso das cooperativas e o desenvolvimento do estado. Ele destacou a colaboração do governo com a Ocepar para alinhar o planejamento estadual ao crescimento das cooperativas, que têm projeções de expansão acelerada, com um aumento médio de 20% ao ano.
“O planejamento da Ocepar visa investimentos e prevê desafios futuros. Estamos trabalhando juntos para que esse crescimento esteja refletido no orçamento do estado, com um planejamento de médio e longo prazo. Isso permitirá sincronizar ações e investimentos”, disse Guto Silva. Ele também ressaltou que, se o Paraná mantiver um crescimento anual de 1%, logo ocupará a 4ª posição entre as maiores economias do Brasil.
Guto Silva frisou a importância de coordenar os investimentos públicos com o setor cooperativo, que passa por um processo de industrialização acelerada, criando novas demandas que exigem atenção do poder público. “Não há como pensar o futuro do Paraná sem integrar o sistema cooperativo, que é um exemplo de sucesso no Brasil. Contudo, esse crescimento demanda infraestrutura, alinhamento com as prefeituras e uma abordagem colaborativa para os investimentos futuros”, completou.
Marcos Troyjo, por sua vez, destacou que países que alcançaram crescimento econômico expressivo nas últimas décadas concentraram esforços na expansão dos mercados internacionais, algo que ele considera fundamental para o sistema cooperativo do Paraná.
“O mundo vai necessitar de mais alimento e energia, e o Brasil tem grandes oportunidades porque tem recursos naturais e boas condições de produzir alimentos, além de ter produção verde de energia, como hidrelétrica, eólica, fotovoltaica, que seguirá em alta demanda”, disse.
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, enfatizou, durante o encontro, a busca do sistema por mais renda e desenvolvimento das comunidades, que passa também pelo aprimoramento contínuo da gestão das cooperativas pelos seus presidentes e dirigentes. “Avançamos na questão ambiental e precisamos mostrar o que estamos fazendo. Hoje, movimentamos R$ 200 bilhões e vamos crescer, por isso aprimoramento é sempre importante”, disse.
O evento foi encerrado com uma apresentação do secretário estadual da Inovação, Modernização e Transformação Digital, Alex Canziani, que falou da importância da conectividade para a agropecuária, mostrando projetos que ampliaram em 18% a produtividade no campo.
“Queremos fazer um grande pacto pela conectividade das cooperativas. Nossa ideia é ter 100% do agronegócio conectado até 2025. Estamos abertos para trabalhar em conjunto”, afirmou Canziani.
