sexta-feira, setembro 20, 2024
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InícioPolítica NacionalDobram as candidaturas únicas a prefeito no Brasil

Dobram as candidaturas únicas a prefeito no Brasil

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O número de municípios com apenas um candidato à prefeitura dobrou nesta eleição em comparação com 2020. De 108 cidades com candidaturas únicas na eleição anterior, o Brasil conta agora com 214 municípios onde apenas um candidato concorre ao cargo de prefeito, o que significa que basta um único voto para garantir a vitória. Esse é o maior número de candidaturas únicas desde o início da série histórica em 2000, conforme dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM).

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, atribui essa tendência aos desafios enfrentados em pequenas cidades, que desencorajam as pessoas a se candidatarem. Ele menciona, além da escassez de recursos financeiros e apoio técnico, as dificuldades burocráticas e jurídicas que tornam a vida pública especialmente árdua nesses locais.

Em média, os municípios com candidatura única têm uma população de 6,7 mil habitantes. O Rio Grande do Sul, com 43 cidades, Goiás com 20, e Mato Grosso com 9, são os estados com o maior número de candidaturas únicas. Entre os exemplos mais notáveis está o município de Mato Queimado, no Rio Grande do Sul, que registrou eleições com apenas um candidato a prefeito durante 20 anos consecutivos (de 2000 a 2020). Neste ano, pela primeira vez, a cidade tem dois candidatos disputando a prefeitura.

Além disso, o total de candidaturas nesta eleição teve uma queda de 20%, passando de 19,3 mil em 2020 para 15,4 mil em 2024, segundo a CNM.

Outro dado relevante é o aumento do número de municípios com até dois candidatos à prefeitura. Enquanto em 2020 isso ocorria em 38% dos mais de 5,5 mil municípios do país, agora 53% das cidades brasileiras contam com até dois candidatos na disputa. O levantamento realizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) revela que cerca de 1,6 milhão de brasileiros, aproximadamente 0,8% da população, não terão opção de escolha a prefeito por viverem em cidades com candidaturas únicas. Outros 35,7 milhões de eleitores terão apenas duas opções de candidatos.

A assessora política do Inesc, Carmela Zigoni, destacou que a baixa representatividade nas eleições, com mais da metade dos municípios tendo apenas dois candidatos, limita as opções dos eleitores e pode reforçar estruturas de poder já estabelecidas, impedindo a diversidade de ideias e novas propostas para as cidades.

Entre os candidatos únicos, 88% são homens, 74% se autodeclaram brancos, e 57% estão filiados a partidos de direita. A CNM aponta que quase metade desses candidatos únicos, 47%, declaram “prefeito” como sua ocupação atual, enquanto 11% se identificam como “empresários” e 7% como “agricultores”. Os partidos MDB, PSD, PP e União dominam essas candidaturas, concentrando juntos a maioria dos candidatos únicos, enquanto PT e PL representam 5% e 7% dessas candidaturas, respectivamente.

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