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segunda-feira, dezembro 30, 2024
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InícioAssembleia Legislativa do ParanáComissão da Alep cobra transparência, obras e segurança das pedageiras de rodovias

Comissão da Alep cobra transparência, obras e segurança das pedageiras de rodovias

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Transparência, segurança e obras foram os pontos centrais cobrados pelos deputados estaduais durante reunião da Comissão de Obras Públicas, Transporte e Comunicação, da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), com integrantes das cúpulas das novas empresas concessionárias de rodovias do estado. Os parlamentares falaram dos transtornos enfrentados pelos usuários, com grandes filas nas praças de pedágio no início das cobranças, além de apresentarem sugestões aos representantes da Via Araucária e da EPR Litoral Pioneiro, responsáveis pelos lotes 1 e 2. O encontro desta terça-feira (9) foi realizado no Auditório Legislativo.

Para ajudar a acompanhar esses pontos e a execução dos contratos, o presidente da Comissão, deputado Gugu Bueno (PSD), falou da importância da contratação de uma auditoria técnica especializada.

“Solicitamos à Mesa Executiva da Assembleia a contratação de uma consultoria especializada de engenharia para que a gente possa não só fiscalizar a execução dessas obras, mas também a qualidade dessas obras. Até porque, existe previsão de desconto tarifário se essas obras não forem feitas no cronograma estabelecido”, salientou. “Vamos trabalhar para não repetir o que houve no passado, com muitas obras previstas que simplesmente não foram executadas, por aditivos assinados na calada da noite. Vamos acompanhar de maneira muito firme e transparente”, explicou. O primeiro-secretário da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), informou que a contratação poderá ser feita via processo licitatório.

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) reforçou durante o encontro o quanto o Paraná é reativo em relação ao pedágio. “Passamos um período de 24 anos em conflito permanente com as concessionárias. Esperamos que as novas empresas possam obedecer de forma rigorosa os contratos. O que nós queremos é o cumprimento integral e detalhado. E as empresas terão boa parceria com a Assembleia na medida do que está previsto e aconteça no tempo determinado. Para isso contaremos com uma consultoria técnica e robusta para acompanhar”, afirmou.

O deputado Denian Couto (PODE) também expôs a intolerância dos paranaenses em relação às concessões. “O Paraná foi massacrado pagando o pedágio mais caro do mundo para não ter obras. Há uma disposição das empresas para agir com transparência, mas do jeito que está não adianta. Se qualquer cidadão tentar procurar sobre obras, cronogramas, isenções, nada é claro. É preciso medidas de transparência mais efetivas”, cobrou, Ele sugeriu um portal nas redes sociais das empresas e outdoors nas rodovias para informar os usuários.

O deputado Tercilio Turini (MDB) classificou os novos contratos de 30 anos como uma concessão para o resto da vida. “Significa que muitos de nós não teremos condições de fazer uma nova discussão. Se errarmos, vamos comprometer o futuro do Paraná. Porque, anteriormente, nos venderam um sonho lindo e virou um pesadelo com centenas de obras não realizadas”, comentou. O parlamentar sugeriu a instalação de dispositivos, como um pedagiômetro, indicando aos motoristas quanto se arrecada em cada praça de cobrança.

A urgência em sinalizações das vias e agilidade nas praças para evitar filas foi cobrada pelo líder do Governo, o deputado Hussein Bakri (PSD). Segundo ele, o Paraná teve “o pedágio mais criminoso, irresponsável, que matou pessoas e que não tratou dignamente a população do Paraná por falta de obras, investimentos e pelos valores cobrados. Precisamos recolocar as coisas no seu devido lugar. Vejo um grande começo, no que tange ao diálogo”.

Essa necessidade de diálogo foi citada também pelo deputado Arilson Chiorato (PT), na construção de alternativas administrativas para atender pequenas comunidades impactadas. “Tínhamos a preocupação com o legado negativo e fizemos o máximo para termos tarifa mais baixa, garantia de obras e segurança aos usuários. Mas vemos problemas antigos repetidos hoje, em relação a comunidades que ficaram isoladas”.

A situação emocionou o presidente da Associação Moradores de São Luiz do Purunã, Murilo Zanello Milleo, ao pedir atenção da empresa para não onerar os cerca de 1.300 moradores que precisam atravessar o pedágio para ter acesso a serviços básicos, como farmácia, por exemplo.

Filas

A extensas filas e demora na retomada das cobranças dos pedágios do Paraná foram pontuadas várias vezes durante a reunião. O vice-presidente da Comissão de Obras, deputado Do Carmo (União), avaliou que o cartão de visitas das concessionárias não foi dos melhores.

“Se não, nem estaríamos nesta reunião. Fomos provocados especialmente pelo que está acontecendo na praça de São Luiz do Purunã. A Assembleia assume uma responsabilidade que não é dela, aprovamos uma concessão entre governos federal e estadual, mas a população nos tem procurados como seus representantes e estamos preocupados”, afirmou o parlamentar.

O diretor-presidente da concessionária Via Araucária – Grupo Pátria, Sérgio Santillan, responsável pelo lote 1, explicou que o foco inicial da empresa era exatamente naquele trecho.

“A Páscoa é um feriado de movimento extremo, houve filas pelo saturamento da rodovia e fizemos várias liberações de cancela como determina o contrato”, disse. Ele destacou, contudo, que o local recebeu várias melhorias como recuperação de pavimento e sinalização. “Uma serra que testemunhou diversos problemas, acidentes, engavetamentos e desta vez não houve nenhum evento que caracterizasse o passado. Ao contrário, está muito mais segura”, citou.

Ele elogiou a proximidade com a Assembleia. “Mais do que uma cobrança a reunião serve para dar conhecimento do plano de investimento e, principalmente, de como a concessionária está se preparando para esse grande desafio. Lembrando que em sete anos nós devemos duplicar quase a totalidade das concessões. É um planejamento que interfere claramente no dia a dia do tráfego. Um plano de investimento nunca visto na história doo Paraná”, afirmou.

O Lote 1 tem 473 quilômetros de rodovias federais e estaduais entre Curitiba, Região Metropolitana, Centro-Sul e Campos Gerais do Paraná. A concessionária deverá investir pelo menos R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427, além de R$ 5,2 bilhões em custos operacionais durante o período, o que inclui serviços médico e mecânico, pontos de parada de descanso para caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem, somando R$ 13 bilhões de investimento no total.

Mais divulgação

O diretor-presidente EPR Litoral Pioneiro, Marcos de Oliveira Moreira, disse que a empresa tem atuado junto à imprensa para divulgar as ações sobre investimentos, obras e descontos. “Mas visualizamos aqui na reunião que isso precisa ser intensificado, para chegar na população, aos usuários frequentes de como podem obter esse benefício de descontos, por exemplo”.

Ele ainda ressaltou que ao contrário outras concessões, se não for feita a entrega das obras, haverá uma redução da tarifa. “E, se for por culpa da empresa, tem ainda uma multa aplicada. Desta forma, há um estimulo interno para fazer a entrega na data certa”.

“A população está há 25 anos com expectativa de investimentos. Serão R$ 2,5 bilhões, que o no Norte Pioneiro nunca teve, com duplicações que representam segurança para os usuários. Uma rodovia duplicada tem uma redução de 80% de acidentes com mortos. Vamos triplicar o trecho de descida Serra do Mar. Vai ter a duplicação da 417 no trecho de Paranaguá até Pontal e muitos outros. Então o investimento é muito significativo”, explicou o diretor-executivo da EPR, Roberto Longman Mendonça.

O Lote 2 abrange as regiões de Curitiba, Litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro, tem uma extensão total de 605 quilômetros e receberá investimentos de R$ 10,8 bilhões em obras. As intervenções incluem a duplicação de 350 quilômetros, instalação de 138 quilômetros de faixas adicionais, 73 quilômetros de vias marginais e 72 quilômetros de ciclovias. Serão ainda 107 novos viadutos, 52 passarelas, 35 pontos de correção de traçado e oito passa-faunas – estruturas que permitem o deslocamento de animais silvestres sem o risco de atropelamento.

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