A Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) conduziu uma audiência pública para introduzir e discutir o projeto de licitação do transporte público da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Com a presença de representantes municipais, empresas, associações profissionais e usuários, essa audiência representa a etapa final antes da licitação, planejada para ocorrer ainda este ano na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo.
Durante o evento, realizado em Curitiba, foram compartilhados os estudos que fundamentam o edital de licitação, elaborados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Essa concessão do transporte metropolitano é pioneira no Paraná e busca estabelecer regulamentações e garantir a segurança jurídica necessária para a gestão dos ônibus que operam na Rede Integrada de Transportes da Região Metropolitana (RIT).
O edital será dividido em quatro lotes, cada um englobando as cidades principais e os municípios menores, visando tornar o processo atrativo, competitivo e equitativo. As empresas que apresentarem a proposta mais vantajosa para o Estado, ou seja, com menor custo por quilômetro rodado, serão selecionadas para contratos de 12 anos.
INOVAÇÕES – O sistema de transporte público metropolitano, que atende anualmente 50,1 milhões de passageiros, atualmente abrange 19 municípios conectados a Curitiba. Uma das novidades da nova licitação é a inclusão dos 28 municípios da RMC.
O novo modelo também prevê ônibus mais recentes, com idade média da frota de seis anos, implementação de sistema de bilhetagem eletrônica com operação de créditos virtuais, disponibilidade de Wi-Fi e reforço na segurança. O objetivo é expandir a capacidade do sistema, mantendo o padrão de qualidade do serviço de transporte público de passageiros.
Esse processo também proporcionará mais segurança jurídica e operacional à integração metropolitana, assegurando uma concorrência ampla e transparente. Além disso, o novo modelo resolve um problema histórico na operação, pois, apesar da implementação da Rede Integrada de Transporte em 1996, nunca houve um processo licitatório para contratação das empresas e organização das operações.
A configuração atual do transporte metropolitano abrange 229 linhas que atendem os 19 municípios, com uma frota de 967 veículos e 16 terminais distribuídos pela RMC. Já o novo modelo, que abrangerá 29 municípios, deverá contar com 138 linhas intermunicipais, 835 veículos e novos terminais metropolitanos.
As linhas urbanas, atualmente sob responsabilidade da Amep, deverão ser operadas pelos próprios municípios, conforme previsto na Constituição, os quais terão um período de transição para se ajustarem ao sistema.
LOTES – Atualmente, o sistema abrange as cidades de Colombo, Pinhais, Araucária, Fazenda Rio Grande, Almirante Tamandaré, Piraquara, São José dos Pinhais, Campo Largo, Campina Grande do Sul, Rio Branco do Sul, Campo Magro, Itaperuçu, Quatro Barras, Contenda, Quintandinha, Mandirituba, Bocaiúva do Sul, Balsa Nova e Agudos do Sul.
Com a nova concessão, serão incluídos ainda Cerro Azul, Doutor Ulysses, Adrianópolis, Tunas do Paraná, Tijucas do Sul, Agudos do Sul, Campo do Tenente, Lapa, Piên e Rio Negro, municípios localizados mais ao Norte ou ao Sul de Curitiba.
A licitação deve ocorrer em quatro lotes, sendo que o primeiro abrange Almirante Tamandaré, Balsa Nova, Campo Largo, Campo Magro, Cerro Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçu e Rio Branco do Sul. O lote 2 atende Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Colombo, Quatro Barras e Tunas do Paraná.
No lote 3 estão incluídos Tijucas do Sul, Piraquara, Pinhais e São José dos Pinhais. Já o lote 4 abrange Agudos do Sul, Araucária, Campo do Tenente, Contenda, Fazenda Rio Grande, Lapa, Mandirituba, Piên, Rio Negro e Quitandinha.