O Governo do Estado intensificará, em 2023, as ações do programa de Revitalização da Viticultura Paranaense – Revitis, que foi criado em 2019 para estimular a produção de uvas e seus derivados, aproximadamente 50 técnicos de todo o Estado participaram de uma capacitação online sobre o panorama e o mercado da viticultura, promovida pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/PR).
Segundo o coordenador do programa no Estado, Ronei Andretta, o Revitis tem muitas atividades previstas para este ano, como ações de fomento, material para viveiros, práticas em campo com técnicos e produtores. Uma capacitação presencial deve acontecer em Ibiporã entre os dias 27 de fevereiro e 3 de março.
As capacitações e eventos técnicos são parte do trabalho desde o início do programa, além do apoio aos produtores. De 2019 até o início de fevereiro deste ano, o Revitis apoiou diretamente 382 agricultores familiares – cerca de 17% dos viticultores do Estado, e firmou convênios com 28 municípios em 13 núcleos regionais.
O programa segue quatro eixos: incentivo à produção, reorganização da comercialização, desenvolvimento do turismo e apoio à agroindústria da uva. O potencial de crescimento desse mercado foi destacado na abertura do evento pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “O objetivo de todos os envolvidos é revitalizar a viticultura, ter bases técnicas renovadas. Temos feito parcerias com municípios para fomento e investimento, desenvolvendo soluções e novas formas de fazer “, disse.
Ortigara destacou a necessidade de orientar os agricultores para que promovam investimento em suas propriedades. “Para isso, é salutar também o esforço de qualificação dos profissionais do nosso próprio time, para que possam, no dia a dia, atendendo aos agricultores, conseguir melhorar esse objetivo, que é ter uma produção de qualidade e que traga resultados positivos”, afirmou.
Os recursos da Seab em apoio direto ao produtor somam R$ 7,45 milhões e a contrapartida das prefeituras totaliza R$ 622,53 mil. Entre os itens garantidos com o apoio estão palanques, arame, mudas, sistemas de irrigação, cobertura plástica, adubo químico e orgânico, calcário, tesouras de poda, pulverizadores costais, um caminhão com carroceria térmica, caixas de colheita, suqueiras, desengaçadeiras e dornas de fermentação.
PARANÁ – O evento desta terça-feira iniciou com uma palestra do engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), da Seab, Paulo Andrade, que situou o Paraná na história da viticultura mundial, falou sobre desafios relacionados à economia global, mudanças climáticas, e o potencial turístico e cultural da valorização dessa fruta.
O Paraná ocupa a 5ª posição na produção nacional de uvas e, de acordo com o técnico, embora tenha perdido área e volume de produção nos últimos anos – principalmente devido à competição com o mercado de outras regiões e ao uso incorreto de agrotóxicos – tem potencial para investir em produtos especiais e de qualidade. Esse trabalho precisa estar associado à assistência técnica especializada, organização da comercialização, qualidade e constância no fornecimento.
Atualmente, o Estado produz, em média, 52 mil toneladas de uvas em 3,5 mil hectares. E a qualidade da fruta já está reconhecida. Os selos de Indicação de Procedência das uvas de Marialva e do vinho de Bituruna garantem o reconhecimento da origem dessas especialidades, o que agrega valor ao produto e impulsiona o turismo.
A capacitação também teve a participação de Gabriel Bitencourt, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que falou sobre o mercado de vinho. Ele destacou que os consumidores se preocupam especialmente com características sensoriais, mas que também estão cada vez mais atentos e interessados na segurança do alimento e em aspectos ambientais e sociais da produção.