A Região Metropolitana de Curitiba ganhou 523.591 novos habitantes em doze anos. A estimativa está na prévia do Censo Demográfico 2022, divulgada no fim do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os 29 municípios da RMC somam 3.742.171 habitantes, 16% superior ao registrado em 2010, ano do último Censo, que reuniu 3.218.580 habitantes. É a região com maior densidade populacional do Paraná: 31,6% dos 11.835.379 de cidadãos. O ganho equivale quase a uma Londrina, único município do Interior com mais de meio milhão de habitantes (588.125).
Fazenda Rio Grande é o município que teve o maior crescimento percentual de toda a Região Metropolitana. O município, que em 2010 tinha uma população de 81.675 habitantes, contabilizou 167.315 habitantes, um aumento de 105%. Ele dobrou de tamanho.
Em números absolutos, Curitiba lidera o crescimento no Estado, com um aumento de 125 mil novos habitantes, seguida justamente por Fazenda Rio Grande (86 mil), São José dos Pinhais (64 mil), Araucária (47 mil), Piraquara (38 mil) e Campo Largo (31 mil) na região.
No núcleo urbano central, que corresponde ao grupo de municípios próximos à Capital (Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Rio Branco do Sul e São José dos Pinhais) e que apresentam maior integração de serviços, o crescimento foi de 29% em 12 anos (de 1.241.524 para 1.603.508).
Incluindo Curitiba, que registrou um crescimento populacional de 7% (de 1.746.896 para 1.871.789), o aumento da zona mais populosa do Estado foi de 16% (de 2.988.420 para 3.475.297). A RMC agora tem nove das 22 cidades paranaenses com mais de 100 mil habitantes.
Segundo o diretor-presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos (Amep), Gilson Santos, o crescimento está alinhado ao planejamento integrado da região. “O crescimento expressivo da RMC demonstra que estes municípios estão se tornando polos de desenvolvimento. O grande desafio da gestão pública agora é garantir que este crescimento se dê de forma organizada, planejada e que traga qualidade de vida. Neste sentido, a aprovação de políticas públicas integradas e sua efetiva implementação serão fundamentais nos próximos anos”, destacou.
O crescimento populacional na Região Metropolitana, com o grupo de municípios próximos a Curitiba ganhando mais habitantes que a Capital, é uma tendência que já havia sido apontada em 2006, pelo Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) da Região Metropolitana de Curitiba, elaborado pela Amep. A agência está atualizando o PDI a partir da elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado – PDUI, previsto para ter início já no primeiro semestre de 2023.
Ele recebeu um investimento aproximado do Governo do Estado de R$ 8,5 milhões e vai responder questões como: para onde as cidades podem ou devem crescer; quais áreas deverão ser preservadas ou são consideradas áreas de risco; quais obras são prioritárias para a administração pública; ruas que deverão ser atendidas pelo sistema de transporte público; e qual será o modelo utilizado (metrô, ônibus, veículos compartilhados, bicicletas ou VLT).
Para o técnico de Planejamento da Amep e arquiteto e urbanista, Ruan Amaral, os dados confirmam que estudos e planos já elaborados estavam no caminho certo, e reforçam a importância de se renovar os estudos destas cidades. “Estamos finalizando a licitação para contratação da empresa que ficará responsável por dar o suporte na elaboração do PDUI. Um trabalho que levará dois anos para ser concluído e que, com base nos dados já consolidados do Censo 2022, irá pensar e planejar o crescimento da RMC pelos próximos dez anos”, afirmou.
CENSO – Os dados ainda podem variar, uma vez que os números são uma prévia e o trabalho dos recenseadores segue até, ao menos, o fim de janeiro. O resultado apresentado pelo IBGE foi elaborado a partir de um modelo estatístico com base nos dados coletados pelo Censo Demográfico 2022 até o dia 25 de dezembro. Segundo o IBGE 83,9% da população brasileira já se encontra recenseada.
Confira a população dos municípios da RMC entre 2010 e 2022:
Curitiba – de 1.746.896 para 1.871.789 (124.893 novos habitantes)
São José dos Pinhais – de 263.488 para 327.746 (64.258 novos habitantes)
Colombo – de 213.027 para 238.780 (25.753 novos habitantes)
Fazenda Rio Grande – de 81.687 para 167.315 (85.628 novos habitantes)
Araucária – de 119.207 para 166.699 (47.492 novos habitantes)
Campo Largo – de 112.486 para 144.165 (31.679 novos habitantes)
Piraquara – de 93.279 para 131.101 (37.822 novos habitantes)
Pinhais – de 117.166 para 131.048 (13.882 novos habitantes)
Almirante Tamandaré – de 103.245 para 122.032 (18.787 novos habitantes)
Campina Grande do Sul – de 38.756 para 52.083 (13.327 novos habitantes)
Lapa – de 44.936 para 45.620 (684 novos habitantes)
Mandirituba – de 22.235 para 33.795 (11.560 novos habitantes)
Rio Branco do Sul – de 30.662 para 32.566 (1.904 novos habitantes)
Itaperuçu – de 23.899 para 31.843 (7.944 novos habitantes)
Campo Magro – de 24.836 para 31.678 (6.842 novos habitantes)
Rio Negro – de 31.261 para 31.406 (145 novos habitantes)
Quatro Barras – de 19.786 para 26.452 (6.666 novos habitantes)
Quitandinha – de 17.088 para 19.240 (2.152 novos habitantes)
Tijucas do Sul – de 14.526 para 17.717 (3.191 novos habitantes)
Contenda – de 15.892 para 17.435 (1.543 novos habitantes)
Bocaiúva do Sul – de 11.005 para 16.292 (5.287 novos habitantes)
Cerro Azul – de 16.948 para 16.145 (-803 habitantes)
Balsa Nova – de 11.294 para 14.608 (3.314 novos habitantes)
Piên – de 11.214 para 13.552 (2.338 novos habitantes)
Agudos do Sul – de 8.270 para 10.092 (1.822 novos habitantes)
Tunas do Paraná – de 6.258 para 8.617 (2.359 novos habitantes)
Adrianópolis – de 6.374 para 8.556 (2.182 novos habitantes)
Campo do Tenente – de 7.125 para 7.583 (458 novos habitantes)
Doutor Ulysses – de 5.734 para 6.216 (482 novos habitantes)
RMC – de 3.218.580 para 3.742.171 (523.591 novos habitantes)
E qual é a contra partida do estado em oferecer moradias dignas a essas pessoas?