O jornalista político Cláudio Osti, do Paçoca com Cebola, conta que Londrina mais uma vez preferiu despejar seus votos em candidatos de fora do município e isso refletiu diretamente no número de eleitos.
Para deputado estadual foram eleitos apenas três parlamentares, Tiago Amaral (PSD), Tercílio Turini (PSD) e Cloara Pinheiro (PSD). Com mais de 390 mil eleitores, a cidade poderia ter eleito, com alguma tranquilidade, o dobro da bancada na Assembleia.
O mesmo aconteceu com a bancada federal. Foram eleitos Filipe Barros (PL), Luisa Canziani (PSD) e Diego Garcia (Republicanos). Apenas Barros teve uma votação expressiva na cidade 62.920. Luisa fez apenas 12.709 votos nesta terra vermelha.
E quando falo de incoerências é porque as entidades empresariais de Londrina fizeram uma campanha para o londrinense votasse nos candidatos locais para aumentar a representatividade e ganhar força política tão necessária quando é preciso cobrar investimentos para a cidade. E, no entanto, vários destes mesmos diretores apoiaram declaradamente candidatos de fora.
E mais do que isso, não se tem notícia do que realmente foi feito na prática para mobilizar a população neste sentido. Até porque, fazer lançamento da ideia com pompa, dar entrevistas e parar por aí de nada adianta.
E para completar, talvez o mais emblemático disso tudo foi o prefeito Marcelo Belinati que apareceu em videos pedindo votos para inúmeros candidatos não só de Londrina, mas diversos de fora.
A incoerência foi gritante. Quando o candidato era de Londrina ele dizia que era preciso votar no candidato X ou Y para aumentar a representatividade local, porque a cidade precisa de representantes locais que contribuam para o fortalecimento político e econômico, que tragam recursos, etc.
Quando gravava com candidatos forasteiros, mudava o discurso sem o menor constrangimento apoiando os candidatos de outras regiões.
É aquela coisa né, se nem o prefeito realmente quer mudar situação, fortalecendo a política local, não dá para cobrar dos demais cidadãos.
É uma pena. Londrina que já elegeu quatro governadores, que já comandou a política do Estado, mais uma vez fica na rabeira. E sem a oportunidade de reclamar com o Papa.
