O filme brasileiro “A Batalha de Shangri-Lá” chega aos cinemas em 11 de agosto com sessões em salas de cinco capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre e Curitiba. Com uma trama que aborda temas atuais que carecem de maior diálogo na sociedade, este longa-metragem tem em seu elenco nomes conhecidos nacionalmente, como Gustavo Machado, Ingra Lyberato e Maria Ceiça, protagonistas deste drama com pitadas de suspense e tragédia, composto por camadas complexas que são desvendadas à medida que a história avança.
Sessão com bate-papo em Curitiba
A sessão do dia 13/08 no Cine Passeio, em Curitiba, será seguida do bate-papo Som e Trilha na Construção Narrativa Cinematográfica, às 19h30, com Ale Rogoski e Felipe Ayres, profissionais atuantes no cinema nacional que trabalharam no filme.
Ale Rogoski realizou o desenho de som de “A Batalha de Shangri-Lá”. Em seu currículo estão dezenas de longas-metragens, como “Ferrugem” (que lhe rendeu premiação no Festival de Gramado), “Para a minha amada morta”, “Circular”, “Morgue Story”, “Lamento”, entre outros, além de mais de 60 curtas-metragens e diversas Séries de TV/Streaming como as recentes “Caso Evandro” da GloboPlay e “Pacto Brutal – o assassinato de Daniella Perez ” da HBO Max.
Nestas duas séries, também trabalhou o músico e compositor Felipe Ayres, que assina suas trilhas sonoras. Entre seus trabalhos, além de “A Batalha de Shangri-Lá”, também está o longa-metragem “Deserto Particular”, premiado como melhor trilha sonora pelo cine PE, e indicado a melhor trilha sonora no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro. Felipe também produz álbuns de seu projeto solo e participa da banda curitibana Ruído Por Milímetro.
História e temática do filme
Em “A Batalha de Shangri-Lá”, João (Gustavo Machado) perde seu pai adotivo e inicia uma jornada pessoal para obter respostas sobre seu passado. Ele parte em busca de sua mãe biológica, que o abandonou há quase 40 anos, no interior do Mato Grosso. Em uma viagem por um Brasil profundo, ele conhece sua cidade natal e pessoas que fizeram parte do passado da mulher que procura, mas sem respostas muito claras.
João vai encontrando pistas que o levam por caminhos físicos e emocionais que colocam em xeque suas convicções e preconceitos. O encontro com sua mãe é ao mesmo tempo intenso e doloroso, trazendo à tona angústias do passado e revelações que irão afetar as vidas dos dois para sempre.
O filme levanta temas atuais e urgentes, como a violência familiar e social, a intolerância quanto a uma sexualidade vista como tabu por uma parcela considerável da sociedade, entre outros assuntos relacionados. O personagem de Gustavo Machado é fruto de uma violência sexual contra uma pessoa LGBT, conhecida como “estupro corretivo”. Ocorre quando um heterossexual violenta uma lésbica para que ela se torne hétero (e em grande parte dos casos é praticado por pessoas muito próximas da vítima). Este é o primeiro filme brasileiro a ter como tema central este tipo de crime.
“A Batalha de Shangri-Lá” passou por diversos festivais no Brasil e no exterior, entre eles o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, LABRFF – Los Angeles Brazilian Film Festival (EUA), Manchester Film Festival (Inglaterra), Oslo Film Festival (Noruega, onde foi finalista na categoria drama), entre outros.
Desenvolvimento da narrativa
Antes do filme ser filmado, o roteiro de “A Batalha de Shangri-Lá” foi selecionado na 13ª edição do festival Ibermedia, em Madri (Espanha), onde passou por um laboratório de desenvolvimento de roteiro que teve como consultores os renomados cineastas Karim Ainouz e Tomas Aragay.
O diretor e roteirista Severino Neto escreveu a história quando tomou conhecimento sobre o “estupro corretivo”, um crime chocante praticado contra mulheres lésbicas. Apesar de ocorrer com certa frequência, não é comentado na mídia. “Essa angústia, esse incômodo, me fez escrever e dirigir a ‘A Batalha de Shangri-Lá’ e, apesar do tema ser tratado com sutileza, as nuances do meu estado e as possíveis causas dessas situações, estão expostas. Eu acredito que uma estória contada dessa forma, possui o poder de reflexão e repercussão, ou, pelo menos, a capacidade de tornar o assunto um pouco mais conhecido”, relata.
Produção mato-grossense
O filme foi produzido e filmado em Cuiabá, no Mato Grosso, com cerca de 80% da equipe vinda da cidade. Os diretores Severino Neto e Rafael De Carvalho são atuantes no atual cenário de audiovisual da capital mato-grossense.
Este fato foi motivo de aproximação para as atrizes principais do filme. “Para mim é sempre um privilégio trabalhar em regiões que criam sua própria potência de realização e expressão cultural”, afirma Ingra Lyberato. “Mato Grosso é um desses lugares que marcam a vida dos que passam, por causa do seu povo, suas belezas naturais e seus costumes. Foi pura interação criativa com os diretores, com meus colegas de cena e a equipe. Um presente”, completa.
Maria Ceiça observou que a cidade passa por um período de crescimento no audiovisual. “Quando recebi formalmente o convite, fui saber sobre o que se estava produzindo em Cuiabá. Esta turma jovem do cinema está vindo com uma força incrível. E o Severino Neto, o Rafael de Carvalho fazem parte disso”, relata.
“A Batalha de Shangri-Lá” tem produção da Molera Filmes e Moro Filmes (que também é distribuidora do filme) e foi realizado com recursos do Estado do Mato Grosso, através da linha de Co-Investimento do Fundo Setorial do Audiovisual / BRDE / ANCINE.
Serviço:
Filme “A Batalha De Shangri-Lá”
Estreia nacional: 11/08/2022
Direção: Severino Neto e Rafael De Carvalho
Elenco: Gustavo Machado, Ingra Lyberato, Maria Ceiça, Luciano Bortoluzzi, Andrade Junior, Laíze Câmara, Tatiana Horevicht e Ana Luiza Nunes.
Gênero: Drama / Suspense
País de Origem: Brasil
Duração: 99 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Trailer: https://vimeo.com/722281349
Sessão
Curitiba: Cine Passeio, às 18h
Bate-papo Som e Trilha na Construção Narrativa Cinematográfica
13/08 (sábado) às 19h30 no Cine Passeio (R. Riachuelo, 410 – Centro), em Curitiba.
Com Ale Rogoski (desenho de som) e Felipe Ayres (trilha original)