O conectadíssimo jornalista Aroldo Murá está acompanhando a eleição na Associação Comercial do Paraná, que prepara-se para ter um bate-chapa na próxima eleição da nova diretoria, situação que não ocorria há anos.
Duas Chapas estão montadas, segundo se noticia. Uma delas, situacionista, com as bênçãos do atual presidente. A outra é cheia de pesos-pesados, antigos presidentes da ACP, como Gláucio Geara, Eduardo Guy de Manuel, Edson Ramon. São nomes que, sabe-se, não partilham o mesmo espaço de Camilo, exceção, claro, a “obrigatórias” manifestações institucionais essenciais.
“Bate-chapas” ocorreram, com grande repercussão na comunidade dos comerciantes de Curitiba, nos anos 1980/90. Eram tempos do antológico Carlos Alberto Pereira de Oliveira, cuja passagem pela ACP confunde-se com a própria associação cujo patrono é o histórico Barão do Cerro Azul. Carlos Alberto, particularmente nos anos 1980, foi um dos líderes empresariais paranaenses cuja palavra era essencial para a formação da opinião pública, sendo ele uma frequente presença na mídia estadual.
Capo (Carlos Alberto Pereira de Oliveira) conhecia os escaninhos do empresariado de Curitiba e, honrado em todos os sentidos, fazia da ACP um motivo de vida, uma causa pública. Foi astro de raro brilho na vida comercial de Curitiba. Dentre suas mais relevantes ações está a consolidação do SPC, essencial para avaliação empresarial do crédito de pessoas físicas e jurídicas. É uma das melhores fontes de renda a apoiar a ACP. Tem apenas uma rival, o Serasa.
NA ACP, MUITO MAIS DO QUE BATE-CHAPAS (2)
Turmina é apontado como “muito operoso, exemplar defensor do comércio da cidade”, conforme AHH, que pede anonimato, personagem que tem sua vida associada à ACP ao longo de decênios. Mas as opiniões contrárias, fortemente críticas a Camilo Turmina, foram se avolumando até gerar o quadro atual, com uma chapa de Oposição ao atual presidente. Oposição que assim se apresenta, não se disfarça.
Os cerca de 80 funcionários da ACP estariam vivendo “sob sobressaltos”, diante do que um deles classifica a este site, e que consistiria “numa rede de controle dos quadros funcionais da casa”. Para alguns deles, a simples menção de nomes de antigos presidentes – como Geara e Ramon – é motivo para que o empregado entre numa espécie de limbo. Ficaria, então, a caminho de “futura” demissão, o que, convenhamos, não é nada apreciável nos dias de hoje.
Alguns dos antigos presidentes, geralmente arredios a falar fora do seu grupo oposicionista, vão mais adiante: condenam o o que classificam “radicalismo político” de Camilo”, situação desconfortável num momento em que o país teria de liberar-se do dualismo Lula-Bolsonaro.
Voltaremos ao assunto, também ouvindo a opinião do presidente da ACP.
Eu esperava uma atuação diferenciada do Camilo Turminha, pois é um antigo, senão um dos mais antigos comerciantes do centro de Curitiba, achei que ia se valer do cargo para militar mais em favor da região central. Mas muito bom mesmo só pra promover entregas da comenda de Rio Branco, que deve estar se revirando no seu túmulo o de repousa no Cemitério São Francisco de Paula só ver os nomes escolhidos para serem agraciados com a sua medalha. Centro de Curitiba nunca esteve em situação de tamanho abandono.
Realmente esperava muito mais do Camilo Turminha… Fez muito pouco ou quase nada pelos comerciantes da região central